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31/05/2018









Sentei a beira da estrada
observei as rodas frenéticas que passavam sem ao menos saber o destino que seguiam.
Tentei compreender a pressa dos motores e a angustia dos motoristas, em suas buscas frenéticas pela velocidade. O tempo sendo contado em quilometros por hora.
Não compreendo o rodopio das mentes e o vazio dos corações, que buscam, buscam, buscam...sem nada encontrar.
Fora, lá fora, dizem eles famintos de algo que nem sabem exatamente do que.
Apenas têm fome.
A alma faminta, seca.
O corpo sedento, seca.
Sentada a beira da estra, observando a angustia nos olhares.Só veem placas, radares...
O bater dos corações já não ecoam com o coração da Terra. Andam sobre pneus de borracha, e, quando com seus pés no chão, estão sobre solas também de borracha.
Ouvem no rádio noticias falsas, como o perfume barato que compram, imitando o da estrela da vênus platinada.
Seguem famintos....secos...
Seguem sedentos...secos.
Esperança e confiança são palavras esquecidas no dicionário que ficou guardado na gaveta, junto ao livro que antes servia de alento. Hoje serve como o novo ditador.
Ah!!!
Esse povo que corre e é alimentado por uma tela fria, com palavras mais frias e seres tão frios, que não sabemos se estão vivos, ou se apenas sobrevivem.
Tempos difíceis esses...
Sentada a beira da estrada, de repente o silencio dos motores. Chegam passos. Mais passos. Mais passos.
Não sinto corações pulsando, sinto medo.
O medo vestido de verde amarelo, pede o verde oliva para contemplar a vida.
O verde oliva que não vive. Mata.
O medo vestido de verde amarelo, encontra o cinza. Que mata.
A angustia segue com cheiro de gás.
Lágrimas.
Gritos.
Sentada a beira da estrada, observei que a velocidade dos automóveis, suas rodas, não alcançam a velocidade do medo.
O medo que assola, que arranca a pela, que se pendura no pau de arara.
Sentada ali...percebi, que meu mundo é menos rápido, mais silencioso, descalço....mas há um vazio de tempo, de relógios, de carros, de borrachas...inclusive as balas.
Sentada ali percebi que estar é temporário.
Levantei.
Fui.
O silêncio e a calma voltaram.
Lá....o cinza e o verde oliva se misturavam ao verde amarelo...
Aqui...mil cores.
Sem balas.
Sem pressa.
Sem gritos.


Rose Kareemi Ponce





Viajei mundos estrelares
Despetalei as íris dos meus olhos
Conheci outras cores
Peguei carona com cometas
Deitei na via Láctea
Dancei junto às Três Marias
Sonhei com a Senhora de Prata
Meditei com o grande Avô
Meus pés tocaram o infinito
Dei mãos aos pleiadianos
Rodei ciranda com os anéis de Saturno
Atravessei portais de sombras e luz
Conheci as mentiras
Busquei minhas verdades
Vi a Terra do alto
Azul profundo na escuridão
Voltei e senti a Presença
em cada desenho das flores
Geometria sagrada onde cabe
O Todo e onde pulsa meu coração.


Rose Kareemi Ponce

30/05/2018








Quando escolhemos o caminho espiritual muitos de nós não tem consciência do quanto de renuncias precisamos fazer.
Renuncias internas, abrindo mão de apegos, programações mentais, paradigmas e crenças que estão marcados como tatuagem em nosso campo e paranos libertar disso tudo, precisamos depurar.
Nem sempre essa fase de depuração é vista ou vivida com tranquilidade, pois é o momento mais dolorido da caminhada.
Somos descascados, desafiados, e todas as nossas sombras são colocadas a nossa frente.
Nunca paramos com esse movimento, pois a evolução não para e sempre temos coisas a aprender e a desapegar.
Nesse momento que estamos vivendo, planetariamente falando, todos estão sendo chamados a mudar, no aqui e agora, as cascas já não tem tempo de sair vagarosamente e estão sendo arrancadas, deixando a pele da alma em carne viva. Os paradigmas estão sendo convidados a mudar, para ontem e se não mudarmos e não nos alinharmos com as altas frequencias, as sombras que estão em seus derradeiros suspiros, se apossam e nos tiram do centro.
Sair do centro é ir para o ego e esse tanto nos coloca para além do que somos, ou nos diminui e a responsabilidade é apenas e somente nossa, que abrimos as portas e nos negamos a olhar com os olhos do coração todos os movimentos que o universo faz para que sigamos pela Luz.
Há muitos seres sendo atingidos pelas baixas frequencias e pensam estar sendo atuados por magias negativas de outros, pensam estar sendo castigados, quando na realidade estão apenas colhendo a semeadura que escolheram fazer e, não se abrem para a possibilidade de mudar. O orgulho não permite.
Necessária entrega nesse caminho é a da humildade.
Humildade para mudar, pois até as pedras se permitem ser mudadas pelos ventos que sopram e lapidam suas arestas, pelas águas que batem nas costeiras, moldando as pedras e tornando suas formas mais arredondadas, sem pontas, sem cantos.
Nossas almas precisam se entregar aos ventos da mudança e às águas da purificação, de forma consciente. pois quer queiramos ou não esse movimento vai acontecer, isso é estar no caminho espiritual. Estarmos disponíveis para a evolução e ela passa por lapidarmos quem estamos, para voltarmos a Ser quem realmente Somos.
Seres de Luz que durante a jornada, nos esquecemos do brilho de nossas almas.
Caminhar o caminho espiritual requer entrega, humildade, consciencia de estar a serviço de algo Maior do que nossa mente que pulsa na onda humana pode muitas vezes compreender.
Caminhar o caminho espiritual, é curvar-se ao amor, pelo bem maior, entendendo que humildade não é se diminuir ou se vangloriar, é estar disponivel para a sabedoria se manifestar!
Fácil? Não.
Mas o impossivel é apenas o dificil que não foi feito.
Você está disponível, para ser você nesse caminho?
Com Calma, Carinho e Coragem.
Sem perder a Força, o foco e a Fé!


Rose Kareemi Ponce

24/05/2018








Ser uma Mulher Selvagem!

Não me peçam para ser doce quando meu instinto pede um salto na jugular.
Não me peçam para falar baixo quando meu grito implora para sair da garganta.
Não me peçam para não me meter quando vir uma injustiça.
Não me peçam para calar, quando a voz é minha arma maior.
Não me peçam para ir para o claro, quando rastreio melhor no escuro.
Não me peçam para não ir na água, quando a poça me chama a pisar e o fluir faz parte de mim...
Não me peçam para aquietar a mente, quando ela está no meio de uma tempestade de idéias.
Não me peçam para meditar, quando meu corpo necessita correr pelos vales.
Não me peçam para abrir os olhos, quando ouço melhor o que não é dito, com eles fechados.
Não ditem regras ao meu lado selvagem e indomado, ele não está aberto à mudanças, já se entregou demais as normas e tudo o que ele não quer é ser normótico.
Não venham com palavras escritas, as minhas são intuidas...
Não me venham com correntes, costumo quebrar todas elas.
Não me venham com histórias para dormir, durante a noite sob a luz da lua, uivo minha liberdade, meus pés correm vales e montanhas, meu coração acelera a vida em seu sangue...e minhas veias, jorram vida em mim.
Sim, Sou selvagem, Sou Mulher, Sou Livre.
Sim......Corro com Lobos e lidero matilhas!

Rose Kareemi Ponce

22/05/2018



Um manifesto sobre RESPONSABILIDADE

Quando nos dizemos loucas, indomáveis e selvagens, não estamos dizendo com isso que somos irresponsáveis. Longe disso.
Responsabilidade é o que nos move, respeito é nossa régua de caminhada.
Não há a menor possibilidade de ser uma mulher de medicina, quando não compreendemos a profundidade dessa caminhada e onde estão as pedras que permeiam esse caminho. Muitas vezes para caminhar, precisamos estar atentos e sendo rastreadores dos obstáculos. Nem todos se apresentam claramente. Mas, isso apenas o caminho e o caminhar por tempos e tempos, nos ensina sobre isso.
Precisamos ter muitas pegadas atrás de nós, marcadas na jornada, com os desenhos das dificuldades, dos desafios, das bênçãos, dos mestres. Para compreender os desenhos que são deixados por nossos mestres e por nós mesmos, precisamos de tempo para aprender, para sentir, ouvir. Precisamos de humildade acima de tudo, pois o caminho do aprendiz leva anos e muitos não querem esse degrau do aprendizado, do caminho. E já pulam para a mestria, para ensinar o que não se teve paciência para aprender.
Estamos vivendo muito forte essa fase com as pessoas que caminham nas medicinas. Sejam elas ayahuasca, cerimônias do feminino sagrado, do encontro com o amor divino, da benção....muitos estão apenas copiando histórias, “colando” como se faz nas escolas e não aprendendo, mas com respostas prontas para tudo, sequer percebem que as respostas são individuais e que as minhas não respondem questionamentos de outros, ainda que as questões sejam muito próximas. Isso tem resultado em surtos, demandas, quedas profundas em abismos construídos pelo ego inflacionado pelo poder. Sim, o poder que as pessoas pensam que terão ao serem mestres de algo. Não compreenderam nada do caminho. Não por acaso, afinal para se compreender, precisa estar disposto a ficar na posição aprendiz, deixando de lado o ego e as respostas prontas, deixando de lado o “eu já sei”, porque essa frase impede de mergulharmos profundamente e com isso vamos ficando nas superfícies, beiradas, margens...
Há muitos seres hoje que estão se colocando a realizar toda sorte de iniciações, quando a única que teve foi a auto-iniciação.
Mal sabem que em um caminho de ancestralidade não há auto-iniciações. Há uma hierarquia a ser respeitada, uma Lei Maior e uma Justiça Divina que estão guiando os passos e cuidando de seus filhos que caminham dentro do correto.
Estamos em um momento onde precisamos caminhar e buscar cada vez mais a Verdade como âncora e como escudo.
Não há verdade em caminhos copiados sem respeito e dedicação.
Dedicação de anos de estrada, de ouvidos atentos, de escrita e leitura. Anos de chão, na postura aprendiz.
Dedicação a verdade maior. Dedicação de servir.
Muitos estão se equivocando ao ouvirem o chamado para o caminho. Estão ouvindo com o ego e dessa forma, sentem-se chamados para serem mestres e passam por cima de etapas que os fortaleceriam, os preparariam e os ensinariam com quais seres, guias, mestres espirituais estarão sendo ancorados, firmados e quais armas terão para proteção de sua alma e das almas do clã que estão formando a partir de sua energia. As pessoas não estão compreendendo que cuidar de uma egrégora, requer muito cuidado. É território sagrado.
Estão a brincar com as almas dos que chamam irmãos. Estão a brincar com vidas, inclusive com a própria, já que ao cair nas sombras, ficarão perdidos e achando estar sendo castigados ou recebendo demanda alheia. Não compreenderão tão facilmente que a única demanda recebida é a da falta de respeito às Leis Universais, ao caminho e aos que nos iluminam nessa jornada.
Caminhar na mestria é antes de tudo conhecer a si mesmo e aos limites internos, não pode ter ruídos do ego. Esse barulho interno, essas vozes que nos dizem que podemos que está na hora de sermos mestres, de guiar almas, é o ego que grita para ser mais do que damos realmente conta e maior do que precisamos ser no momento.
Caminhar na mestria é caminhar no amor.
Amor é respeito.
Respeito é saber limites e impor esses limites a nossa mente para que não sejamos a exata figura que tanto nos aprisiona, nosso espelho.
Temos tido cada vez mais pessoas surtando, entrando em crises por conta dessas vivências, dessas cerimônias.
Não, a culpa não é da ayahuasca, do rapé, do benzimento, do rezo.
A culpa não é da missa, do culto, da gira.
Primeiro a responsabilidade é de quem está assumindo uma posição sem estar preparado para isso, sem conhecer profundamente os fundamentos de cada caminho e cada escolha, assim como seus mestres e guias, assim como as pedras que existem e que são mestres no caminho.
A responsabilidade é de cada um de nós que está despertando. A responsabilidade é de não fazer o que não se conhece apenas por pensar-se pronto. A responsabilidade é de quem não busca saber com quem está participando e quem está guiando. A responsabilidade está nas duas pontas da mesma linha, mas, a responsabilidade MAIOR está em quem quer ser mais do que está pronto, sem conhecer os buracos sombrios de cada medicina, vivência, surto e/ou peia. A responsabilidade está na alma que se diz pronta.
Estamos todos em construção, o que difere um ser do outro é: Um mestre sabe que não está pronto e que não sabe todas as respostas e, um aprendiz pensa estar pronto na primeira resposta que recebe do universo e sente dominar todas as outras.
Precisamos TODOS assumir parte da responsabilidade no caminho espiritual e de desconstrução e construção de pessoas. Ou teremos breve, filas nas salas psiquiátricas por pura falta de respeito de muitos de nós.

Que possamos todos, ter isso como rezo diário e por favor, simplesmente parem.
Assinamos abaixo:

Rose Kareemi Ponce - Amoração/Bentos do Brasil
Carla Menegaz ( Flor Del Sur)
Babi Surati Kiliam Farah - Florescer da Curandeira
Karenn Mirpa Nhusta Manta - Clã Sacerdotisas da Terra
Clau Sbano - Instituto Presença Sagrada
Isis de Sirius - O Caminho da Serpente (Portugal)
Adriana Moreira
Prem Samit Janaina Benke - Awakening Center
Mila Dias - Filhas de Afrodite
Gisele Setznagl
Jordana Foiatto - Circulo das Deusas
Carol Shanti - Xamanismo para Mulheres
Caroline Mottin Hamlach - Casa Florescer
Barbara Schrage - Viva Alecrim - Terapia alternativa
Mirhyam Conde Canto - Espaço d´Luz e Paz
Sathya Dhara Yaga - Terapeuta Espiritualista
Isabel Angélica - Terras de Lyz & Árvore da Lua (Portugal)
Elaine Miragaia - Mandalas de Gaia
Magali Bomfim - Terapias Integrativas
Julia Larotonda - Juliaro Arte
Gloria Cristina Reis - Oracurando
Goretti Melo - Consciência do Feminino. Recife/Pernambuco.
Izabelle Barros Barros - terapeuta
Paola Mallmann de Oliveira - Conselho Indigenista
Cris Machado - Clã Guardiãs do Sagrado Feminino.

17/05/2018






Bom dia!
Para ser leve, o coração precisa estar em paz com todas as escolhas, em todas as direções. Para isso precisamos voltar a segui-lo sem dúvidas. Coração é mestre em guiança. Ele nos tira das noites escuras da alma e nos leva pra fora da caverna, com o rosto de frente pro sol.
Para ser leve precisamos apenas parar de querer ter razão, ter opinião formada sobre tudo, virar a esquina e deixar para trás os apegos, os desejos sem fim, os sonhos utópicos e caminhar sobre a terra firme, tendo a alma a flutuar na certeza, não na esperança.
Para ser leve, precisamos estar com as mãos estendidas para socorrer e para ser socorrido, sem orgulho, com humildade.
Para ser leve há de deixar as máscaras, cascas e desconstruir tudo o que sabemos, para aprender novamente, com outros olhos, outros sentires, outras frequências.
Para ser leve, precisamos ser Nós mesmos, sem querer agradar o outro.
Bora ser leve e feliz!


Rose Kareemi Ponce

16/05/2018








Manter a serenidade em tempos de trevas, é erguer seu templo interno diariamente.
Somente assim a paz reina dentro, na alma
Manter a calma nas decisões, ainda que difíceis, torna nosso templo firme.
Ser seu próprio templo em tempos de trevas, é ser terra firme, em meio ao lamaçal.
Caminhar firme, segurar nas mãos da Mãe, seguir em frente, rezar, caminhar com as palavras, Ser o que se espera dos outros.
Assim, a viagem nesse tempo/espaço, seguirá mais tranquila.
Ser a mansidão.
Ser Templo.
Aprendendo todos os dias a construir e desconstruir, tijolo por tijolo, ego por ego. Sem apegos.
Isso nos faz grandes, dentro de nós mesmos.


Rose Kareemi Ponce

14/05/2018







Sobre a mãe policial, o assassinato e a aclamação de uma sociedade doente.

Estamos vivendo uma época difícil, onde as pessoas estão doentes do coração. Não o coração físico, mas o coração como guardião do amor.
Estamos sem amor verdadeiro.
Estamos todos com medo.
De forma nenhuma, sob nenhuma circustância podemos dizer que é uma celebração do dia das "mães"!
Mãe não mata, acolhe.
E uma policial, com preparo, não deveria atirar para matar, mas, para imobilizar.
De forma nenhuma dá para ficar felizes ou dizer, como muitos estão dizendo, que foi uma momento "lindo".
Como podemos achar lindo o assassinato, seja de quem for, sob qual ótica for?
Como podemos nos dizer cristãos e nos regozijarmos com a estupidez e a violência?
Como podemos dizer que foi "lindo"?
Ah Rose, mas é bandido.
Ah Rose, é safado.
Deve morrer.
Pois eu sou da opinião, que todos somos irmãos e que sacar de uma arma e matar, ou ficarmos felizes com esse ato, não nos torna melhores do que os ditos "bandidos", nos torna iguais.
Ah Rose, mas ele podia ter matado alguém.
Ok, mas a policial, repito, com o preparo que tem, deveria ter atirado para imobilizar, não exterminar.
Será que esse é o remédio do qual precisamos de verdade?
Será que extermínio, é o que nos fará uma sociedade mais pacífica, ou apenas mostra quão doentes estamos?
Elogiar, bater palmas, ficarmos felizes com a morte do outro ainda mais quando essa morte chega de forma violenta, só me faz perceber que estamos com nossos corações adoecidos de medo.
Ficarmos entusiasmados (entusiasmo - A palavra vem originalmente do grego antigo enthousiasmos, que significava inspiração ou êxtase provocado por uma divindade.
No grego antigo, enthousiasmos era quando uma pessoa era possuída ou inspirada por um deus, caindo em êxtase ou tendo uma experiência religiosa poderosa. Isso acontecia, por exemplo, com o oráculo de Delfos, que era uma pessoa que se dizia ser possuída por um deus e que pronunciava profecias, no templo de Delfos, na Grécia.), só nos mostra o quão longe de nós, humanos, estamos ficando.
Não dá pra ser a favor do "bandido bom é bandido morto".
Não dá pra querer falar de amor, por esse caminho.
Não dá para querer ser um instrumento da luz, sendo um emanador de sombras.
Não dá pra falar em amor, enquanto ele for seletivo.
Não dá para querer caminhar na fé, enquanto ainda houver resquicios de julgamentos e separação em nós.
Caminhar com as palavras é o que nos torna sensatos.
Sairmos do julgamento, é o que torna cristãos, em cristãos.
Não dá mais para haver esse desequilibrio.
Não dá mais para caminharmos em cima do muro.
O muro pessoas, já não existe mais.


Rose Kareemi Ponce








Bom dia!
Abrindo o dia com uma polêmica, não minha, mas, das pessoas que ouvem, leem e não compreendem.
Deixando claro, que nem de longe eu defendo a igreja católica, responsável por barbáries desde seu nascimento, porém, deixando mais claro que preconceito e intolerância estão nos olhos e ouvidos de quem vê e ouve, segundo seu túnel de realidade.
Padre Fábio de Mello esses dias gravou um video onde fala sobre magia, ou macumba como ele mesmo se expressa.
Não ouvi nenhuma forma de desrespeito, mas, uma forma poderosa de crer em seu poder pessoal ancorado em fé verdadeira.
Não creio, assim como ele, que alguém tem o poder de fazer uma magia negativa para mim e eu simplesmente pegar, porque o outro assim o quis. Que poder é esse que estamos passando para o outro sobre nossas vidas?
O que ele diz no video e eu falo o mesmo no Despertar, é que, quando nós temos consciência de nossa fé, de nossa força, ancorada e enraizada no que efetivamente cremos, nada nos derruba, nada nos destroi.
O que ele fala durante sua pregação, é que crer na força e poder do outro e não a nossa própria é não saber a real Presença do divino em Nós e que o mestre Jesus nos disse em suas palavras sagradas: "Somos Deuses", "o milagre não fui eu quem fiz, mas Tua fé"!.
Até quando vamos ouvir as coisas segundo nosso preconceito interior?
Até quando vamos crucificar pessoas sem ter a exata compreensão de tudo?
Até quando vamos usar de nosso sentir e de nosso verbo para atacarmos os outros, sem a profundidade de entendimento sobre o assunto?
Pois vou falar, se fizerem macumba e deixarem em minha porta, assim como o padre, pedindo licença aos guias ali colocados, a farofa eu como, a vela eu apago e a cachaça, jogo na pia.
Ou eu creio na força e poder do divino na minha vida, ou sempre serei alvo de ataques e mais, eu sempre terei uma visão preconceituosa sobre assuntos que conheço superficialmente.
Padre Fábio, de alguma forma, nos fala sobre física quântica, sobre lei da atração, sobre responsabilidades, em tom de humor, porque apenas assim, chacoalhando, nós ajudamos na desconstrução de crenças limitantes. E crer no poder do outro sobre nós, e a mais limitante de todas as crenças!
Será mesmo que ele foi preconceituoso, ou será que minha capacidade de compreensão, é limitada ao meu credo?
Vamos pensar. Ele foi coerente e eu, assino embaixo.
Simples assim.


Rose Kareemi Ponce

04/05/2018





Pelos caminhos da vida, encontramos muitas pessoas que mergulham em cerimônias, de todas as formas, segmentos; tudo para encontrar as sombras. Acolher as sombras....

O que muitos não sabem, apenas por não estudarem e ficarem apenas mergulhando em cerimoniais, ritos...como se esses trouxessem respostas prontas para nossos encontros com o espelho.

Quando encontramos nossas sombras, é porque elas gritam para crescer, evoluir e deixarem de serem sombras. Encontrá-las é trazê-las à luz da consciência e isso não as diminui não as faz desaparecer, muito pelo contrário. Isso as torna enormes, pois botamos luz onde havia apenas escuridão.

É a partir desse ponto que o trabalho começa, não termina.

Encontrar a sombra não acaba com nossa lapidação. Começa.

É a partir desse ponto que chegam todos os desafios, que o espelho fica enorme e então, chega o momento de encarar a sombra de frente. Sentar com ela e ouvir o que tem a nos dizer. Onde foi que ela ganhou forças para existir. Como ela tem sido alimentada e por que. Quais fraquezas nossas ela conhece. E o mais importante, abraçar ela para que ela volte a ser a criança feliz que nasceu para ser.

Encontrar as sombras talvez seja o momento mais tranqüilo que podemos ter para subirmos os degraus da iluminação. Sentar com ela e ouvi-la, sem permitir que ela nos domine, é o ponto certeiro de nossa estrada. Nesse local e momento reside a transformação e a decisão de sairmos da zona de conforto e efetivamente, mudarmos, evoluirmos e voltarmos a ser a luz que nascemos.

É nesse momento que precisamos perguntar para ela, quais medos ela tem, dores que carrega, lágrimas que ainda não caíram por nossas faces, curativos não realizados em nossos corações e almas. Ouvir nossas sombras e acolher elas na luz do nosso amor é que permite a cura.

Encontrar ela, apenas nos faz conscientes que ela existe de fato.

Trazer ela a consciência nos permite levar luz a elas.

Ouvi-las nos permite saber sobre nós mesmos.

Conhecer quem somos nas profundezas escondidas de nossos porões, nos permite sair desses labirintos e receber o Sol no rosto, trazendo de volta a clareza.

Somos quem queremos ser.

Somos quem damos conta de ser!

Somos a luz que abrimos espaço em nós para brilhar!

Conhecimento....liberdade!

Evolução.

Nós todos iluminados.

Como deve ser.

Como fomos criados!



Rose




Você consegue perceber que não existe dentro e fora, espiritual e físico?
Você consegue entender que não existe um caminho social, outro espiritual, outro político, outro metafísico?
Você consegue compreender que não existe um pensar que possa ser diferente do sentir, que seja diferente do falar, que seja diferente do fazer?
Você consegue perceber que não há "escondido"?
Você consegue entender que não há "bem" e "mal"?
Você consegue perceber que não há diferenças?
Você consegue?
Você?


Rose Ponce








Se por instantes eu pudesse ser um instrumento, seria um Cello...
Tocaria ao entardecer, misturaria cores e notas, teria o som do amor.
Se eu pudesse tocar em algum lugar, seria a beira mar, fazendo sonata com as ondas, tocaria as espumas.
Se eu tivesse o privilégio de tocar com alguém, seria com as sereias, numa cantata sutil, onde as ondas seriam a base e minhas lágrimas, o baque....batuque....junto ao coração, e o som das cordas seriam a ponte ao céu dos inocentes.


Rose Ponce

03/05/2018






Você já passou fome na vida?
Quando eu digo fome, é fome mesmo, daquelas de dias e dias sem o estômago sentir uma alimento quentinho chegando... Fome daquelas que deixa a pessoa fraca, sem vontade de sair do lugar...
Você já perdeu tudo?
Quando digo perder tudo, é perder tudo mesmo, de forma que não sobre senão a roupa do corpo para aquecer em noite fria de inverno.
Você já foi esquecido?
Quando digo esquecido, é aquele esquecimento que nem mesmo os familiares se lembram, daquele esquecimento que as pessoas não olham pra você, não se lembram que você está vivo, que não tem comida, que não tem onde morar. Daqueles esquecimentos que até mesmo você vai esquecer que está vivo...
Você já tentou dormir naquele lugar escondidinho, onde você pensa que ninguém vai te incomodar? Daqueles lugares embaixo da ponte, dentro de um prédio esquecido e vazio, mas que por algum motivo alguém chega e te tira a pauladas, ponta pés, ou água gelada em noite mais gelada ainda?
Você já não teve nada na vida?
Quando eu digo nada, é nada mesmo. Nem uma palavra, um rezo, uma mão estendida, um colo, um olhar perdido que por "acaso" se encontra com o seu para lhe dar um alento?
Então, como você pode chamar de vagabundo quem perdeu, quem não tem, quem não sabe?
Como você pode julgar sem calçar os sapatos, sem saber das dores, sem conhecer os caminhos que uma alma caminhou?
Como você pode se sentir superior a ponto de fechar as janelas, de passar e cuspir em cima de negar um "bom dia", um sorriso?
Como você pode?
Antes de criticar seu irmão, coloque-se no lugar dele.
Antes de julgar, saia do "velho testamento" do "olho por olho e dente por dente", que sua palavra em pregação de "Cristão" tá ficando feia.
Antes de criticar, ouça, conheça, saiba.
Antes de julgar, estude.
Não alguém que diz: "Essa gente é assim mesmo".
Não seja essa pessoa.
Não fale em direitos, se o básico você quer negar a quem foi retirado tudo.
Só, não seja!


Rose Ponce

02/05/2018



Antes de iluminar é preciso desfazer. Se misturar a terra, voltar a ser grão, ser sopro no ar, voltar ao pó.
Iluminar, só depois de deixar de pesar, compreender os sons e o vazio do silêncio. Despertar as cores e ser prisma.
Iluminar é saber-se caminhante de caminho de pérolas, mas, antes de tudo compreender que o caminho só existe depois de caminhado. As pérolas ficam todas para trás, no exercício do desapego. Vamos curtindo e atritando nossas areias e tornando cada aprendizado uma pérola brilhante. Mas sempre ira precisar de atrito, de quedas e subidas. Perolas não surgem sem isso.
É preciso aceitar o divino puro, simples...pisar descalço no chão, sentir o pulsar da terra nas solas dos pés e ouvir no vento o canto dos anjos. É preciso compreender que as qualidades de Deus está em cada coisa que semeamos, compreendemos, sopramos ao vento.
Para que o equilíbrio exista, preciso compreender o valor de cada coisa.
Não há justiça sem compreensão das leis. A justiça pode se tornar partidária.
Não há lei sem compreensão do conhecimento que isso nos trás. A lei poderia ser tirania apenas.
Não há conhecimento válido se não for aplicado com amor. O conhecimento poderia ser usado para dominação.
Não há amor que resista sem uma pitada de fé. A ausência de dúvidas nos torna capaz de mergulhar profundo no amor. Sem isso, o amor seria mental e passageiro.
Não há fé que se sustente sem a geração de luz a partir de si mesmo. Seria apenas faca amolada e dependência.
Não há geração que valha a pena sem a ação para torná-la real. Seria apenas utopia.
Quando percebemos o emaranhado de linhas que nos cercam e pensamos ser aleatórias e seguimos seus rastros, percebemos que elas se entrecruzam e desenham a teia da vida.
Se pararmos com as nossas brigas internas, perceberemos que essas mesmas qualidades pertencem a cada entidade de luz com os quais estamos conectados. Sejam Orixás, Santos Cristãos, Buda, sejam em quaisquer caminhos que escolhemos, essa compreensão se torna necessária para que possamos Ser Unos com o todo novamente. E a sensação de plenitude chega e nos faz perceber que, plenitude não é estar preenchido, mas, estar novamente como um quadro em branco, onde o próximo passo só pode ser aprender novamente, ser uma nova pintura, um novo tecer, e assim, viramos pó.....para outra vez nos reconstruirmos e a cada desconstrução, estamos mais longe do que ainda possa nos conectar com o nosso aspecto reptiliano, nos tornando mais e mais a imagem e semelhança da Luz!
Mas....Antes de iluminar é preciso desfazer. Se misturar a terra, voltar a ser grão, ser sopro no ar, voltar ao pó.


Rose Kareemi Ponce

01/05/2018


             Faz seu Rezo










Faz seu rezo
Derrete. Vira água
Água dessas que purifica
que escorre dos zói cansado
cansado de vê tanta dô

Faz seu rezo
Grita. Deixa ir
Esquece por uns intante
Que lá fora tem fumaça
Esquece os grito
Já passo

Faz seu rezo
Agarra forte os tão vivo
Aperta no peito os fio
Entrega a alma pra Mãe

Faz seu rezo
aperta a mão do companheiro
Reza com ele a liberdade
Reza forte até quebra corrente

Faz seu rezo
levanta o braço aperta o punho
Diz em voz alta pro mundo ouvi
Aqui o povo tem raça
Não desiste

Faz seu rezo
Punho fechado
Olhos molhados
Coração apertado
Alma de quem confia

Faz seu rezo
Chama o povo rezadô
Acena ao povo cantadô
Unindo as forças
Sairemos vencedô

Faz seu rezo...
Mas não cala Tua Voz!

Rose Kareemi Ponce