Páginas

24/02/2016






Nascemos todos, com nosso atestado de óbito assinado, só não temos consciência da data que acontecerá! Todos nós temos certeza disso, não somos eternos!
Então tome posse dessa certeza e semeie todos os dias apenas boas sementes.
Quando abraçar, abrace como se fosse o último abraço.
Beije como se nunca mais fosse beijar aquela pessoa.
Ao falar, fale com doçura.
Ao sorrir, que seja sinceramente.
Ao chorar, que seja até lavar a alma.
Não sabemos se ao virarmos a esquina, nossa data será marcada e nossa partida anunciada. Qual lembrança você quer levar com você:
Qual recordação quer deixar no coração daqueles que lhes são caros?
Sua última lembrança pode ser de uma briga, ou de um eu te amo!
Escolha consciente sua trajetória e semeie sabedoria em sua história!


Era uma vez uma sementinha, que havia sido colocada na terra fofa, úmida e acolhedora e sentia um sono profundo, uma vontade de cochilar um pouquinho. Então pegou no sono e sonhou que dela nascia um "braço", que se esticava para sair daquele lugar, do " conforto " de sua cama. Quanto mais ela se esforçava, mais o braço crescia e chegava cada vez mais perto de sair. Até que ela se rendeu ao sono mais profundo que ela em sua tenra idade conheceu, e nesse sonho veio um clarão, então ela despertou broto, esquecendo que um dia semente, apesar de nunca deixar de ser.
Esse broto se alongou, se abriu em folhas reluzentes, feliz mostrava sua formosura ao sol, banhava-se com a chuva, sonhava sobre as estrelas e contava o tempo pelo luar. Um dia bem cedinho, quando o sol preguiçosamente despertava, ele o broto, percebeu algo estranho em seu "corpo", uma pontinha branca apareceu ele sabia que era um sinal. Ele precisava continuar seu caminho, ele não poderia mais adiar e ele sentiu medo. Um terrível medo do inevitável.
E como inevitável foi, o broto crescera e em um belo anoitecer sob a luz da Lua cheia, floresceu, e já não mais se lembrava que fora semente e broto, sem nunca deixar de ser.
E como flor perfumou caminho, enfeitou olhares, iluminou sorrisos. Pétalas brancas como SORRISO inocente de criança, alongou-se em várias direções, erguendo-se em busca do sol! Margarida era seu nome. Uma entre muitas Margaridas, mas isso não importava porque sabia que ela era tão bela e importante quanto todas as outras ao seu lado e queria apenas balançar ao Vento de outono suas pétalas, mas não sem antes sussurrar em suas entranhas: que sejam sementes boas, que levem consigo o amor, que perfumem caminhos, que enfeitem olhos, que levem beleza aos corações!
Enquanto lançava as primeiras sementes pelos férteis solos de sua morada, suas pétalas eram lançadas ao vento e então margarida notou que não poderia brigar com o inevitável.
Despetalou-se toda e então uma paz se apresentou e margarida esqueceu que era margarida e virou pó, sem deixar de ser semente, sem deixar de ser broto, sem deixar de ser flor, mas aprendendo a nada ser, para renascer semente.

22/02/2016







FEMINISMO E FEMININO SAGRADO

Tenho sido cobrada por meu posicionamento feminista, algumas vezes dura, e como isso pode caminhar junto com o feminino sagrado e como o comportamento feminino de disputa poderá ser encerrado.
De verdade não vejo um separadamente do outro, porque para mim é um só.
Não há feminismo completo sem o conhecimento do que é feminino, suas teias, luas, ciclos, emoções, sabedorias internas e coletiva...águas.
Não há feminino sem o conhecimento do que é feminismo, suas teias, lutas, ciclos, emoções, direitos, sabedorias coletivas e interna... pedras no caminho.
Não existe nenhum dos dois sem mãos dadas e união.
Tanto para o mergulho no feminino sagrado, quanto para a luta do feminismo, se não estivermos unidas amorosamente, nada segue, nada cria força, nada terá raízes sustentadoras.
Dentro do caminho entre esses dois pontos de uma uma reta, o respeito, união e acolhimento são fundamentais para que possamos sair de séculos de paradigmas onde fomos ensinadas que somos inimigas, desafiantes umas das outras, destruidoras umas das outras e eternas rivais.
Dentro desse caminho não cabe mulheres disputando homens, roupas, espaços, roupas, sapatos, como se fossem leoas disputando alimento. Dentro desse caminho torcemos umas pelas outras, ajudamos umas as outras, estendemos as mãos umas as outras e se necessário, puxamos a orelha umas das outras, quando percebemos que ela está se maltratando, se descuidando, ou maltratando e descuidando de sua irmã de jornada.
Sairemos do comportamento de disputa, quando sairmos do nosso universo princesinha umbigo, onde somos a mais gostosa do baile, a mais inteligente da classe, a mais bela do castelo, o cabelo mais brilhante do salão de beleza. Sairemos da disputa quando percebermos que somos importantes porque somos únicas, mas não somos nada se formos sozinhas. Sairemos da disputa quando compreendermos que ser importante não é ser melhor e não é para provar nada a ninguém, senão para si mesma. Sairemos da disputa e nos olharemos como irmãs/companheiras de jornada quando sentirmos que uma de nós sentindo dor, todas nós sentiremos dor, se uma de nós for massacrada todas nós estaremos sendo massacradas, uma de nós desrespeitada todas estaremos sendo, se uma de nós trair ou for traída, todas nós seremos.
Beberemos do mesmo vinho e as taças não estarão envenenadas com cobiça, ciume ou inveja. Brindaremos a vida e sorveremos o doce sabor da morte das desavenças!
Não adianta mostrar para a mulher apenas o lado das luas, ciclos, sobre ouvir seu útero, sobre toda sabedoria que nele está contida, precisamos antes nos fazer ponte para que ela descubra em si, o valor que tanto enxerga nas outras, a força que vê na heroína da novela, a beleza que vê estampada nas revistas. Porque ao ensinarmos para cada uma, que todas são cristais raros, ao formamos o “colar”, todas terão a consciência que são imprescindíveis e importantes elos desse renascer circular, e então será pura luz esse feminismo sagrado!
Uma das coisas importantes desse equilibrio todo é saber que nesse caminhar equilibrado, não há luta contra os homens, há um desejo pelo despertar, pela cura desse masculino, pelo equilibrio do yin/yang, pelo tântra, pelo amor. Há um colocar-se ao lado deste homem, permitindo nesse caso também ser ponte para a luz, ensinando-o sobre uma nova era!

Somos Breves!
Sejamos Leves...

20/02/2016





Uma relação não é feita de metades de laranjas, nem de metade de pessoas. Quando somos metades, não conseguimos saber qual a diferença entre amor e posse, entre disciplina e controle.
Para que nossas relações amorosas possam florir, precisamos nos compreender inteiros, ainda que machucados.
Para que possamos ter um relacionamento feliz, precisamos ser felizes sozinhos em primeiro plano, caso contrário seremos apenas sombras uns dos outros.
Somos seres inteiros e precisamos encontrar outros seres inteiros para que possamos viver uma relação plena, extasiante em todos os sentidos,
Uma relação onde há dois seres completos ou em busca dessa plenitude pessoal, há uma vibração positiva em todos os sentidos, humano, espiritual e físico.
Não se contente em ser metade nem permita que o outro assim o seja, ajude-o a ter suas próprias asas, ou seu voo será pesado e nunca alcançará o topo da montanha, voando apenas nos pontos mais baixos, não enxergando o lado mais belo, o voo da águia, acima do topo, vendo estrelas nascerem de perto e o sol aquecendo as asas e o coração.
Seja completo, ame completo, beije completo e viva completo.
Um ser completo, não trai, porque está bem consigo e não tem cordões da "matrix" comando seu ser.
Um ser completo não machuca, pois sabe quando é árduo o caminho da cura.
Um ser completo ama e permite-se ser amado, sem medos e se der medo, segue com medo mesmo!
Um ser completo ajuda o outro em sua "construção", não é dinamite da desconstrução de ninguém!
Então, não se permita ser metade, nem mesmo de vc que dirá de outro ser!


SOMOS BREVES!
SEJAMOS LEVES!

06/02/2016









As lavadeiras



Nós lavamos a alma dos que tiveram
Suas bocas fechadas, trancadas a chaves
Limpamos a pele corroída pelas correntes
Com o suor da das nossas testas
Que escorre ao cantarmos as dores
Dos que não podem mais clamar.


Nós somos as lavadeiras do caminho
Somos as que cantam nos rios
As histórias de nossos antepassados
Somos mulheres guerreiras
Fazemos da nossa voz, espada afiada
Ecoamos aos quatro ventos
A voz cansada dos subúrbios adormecidos


Lavamos a sujeira dos que não querem
Que os “esquecidos” no fundo do poço
Ressurjam com canto de amor
Quaramos as roupas da alma
E deixamos a brancura da paz


Tremular no mastro dos corações!

03/02/2016



Amo o silêncio da minha casa.
O poder ouvir o som das folhas balançando ao vento, chego quase a ouvir a própria vóz do silêncio, de tão profundo que ele é!
Amo essa paz silenciosa de vozes, mas repleta de paz!
Converso com esse silêncio, enviando mensagens ao infinito e me deixo ser guiada como se mergulhada nas águas.
Permito-me fluir nesse silêncio e cada pequeno som que me chega é convite para que minha alma vá visitar lugares, sem mesmo sair do lugar, apenas meu coração e alma voam e se encontram com os encantos da noite!. O riacho que passa perto de casa, onde sapos coacham, as matas onde grilos cantam e os vagalumes iluminam meu vôo!
Amo o silêncio. Amo ouvir o som da minha respiração e o pio da coruja ao longe...
O meu silêncio fala e me conta histórias de de outros lugares, me canta cantigas de ninar, me embala docemente em seus braços!
Ah, esse silêncio transformador, que me remete ao útero, que me coloca no centro, que me ampara a alma!
Navego por águas calmas e levo comigo a lua em meu barco, que mingua meus medos, renova minha fé, cresce em mim a sabedoria e me faz plena de amor!
Corto com faca, abro um rasgo no ventre do silêncio e de lá brotam estrelas multicolores que fazem festa ao perceber que há alguém ali, sentada nas nuvens das poesias, apenas ouvindo o silêncio, apenas se encontrando com o Sagrado!