"E as flores brotam no vale deserto da alma de tentar lembrar o que é ser,
Botão a botão vão se abrindo e os ares do vento levam todas à terra entre mundos,
Paisagem seca não nega a chuva fina que chora antes da noite cair,
O sol dá seu último adeus para lá no mar morrer
E a luz da lua invade o escuro por detrás do muro,
Seu brilho faz a trilha parecer menos dura, mesmo sentindo cada dor do doer…
…É o divisor das águas do rio que pede passagem para a escolha,
Acostumada que estou com os fantasmas da minha bolha,
Ando, ando, volto, vou, ando, ando, sento, ando, ando,
Meus braços ensaiam nados, braçadas fortes até o forte do meu eu,
Meus antebraços criam asas e são as penas de mim que me fazem sofrer.
É ter um medo danado do viver, do fio da linha da vida entrar na agulha e me furar;
Como ousar a travessia da agonia que assola com todas as patas o meu orgulho?
Meus pés nus afundam na terra rachada que encharcada das
minhas lágrimas formam um barro, o calor queima,
as folhas caem, o frio congela e a primavera brota
E dos meus dedos nascem raízes, meu sangue é seiva verde de esperança,
Meus galhos forrados tremulam no céu azul e no meio da floresta sou mais uma
A estar do outro lado da margem da paisagem a esperar semente nova germinar
E ter coragem para vingar e só assim saber que depois do mar tem vida,
Tem dança, tem festa no luar, histórias de ninar e cantigas de amar.
Tem pequenas rosas de pétalas tão delicadas que só as fadas aspiram seu perfume
Ou tem carvalhos que de tão altos, mais tão altos arranham
o céu e fazem cócegas nos anjos; Não importa o que se é,
nem as escolhas que se faz, importa ser a gente mesmo
Saber secar as lágrimas, bater o pé no chão, levantar e dizer:
Eu vou! Eu posso voar, nadar, amar, sonhar, beijar e conquistar!
Eu sou mulher!!”
****
“E a água mansa que acaba de nascer da fonte
É água menina, incerta e nem sabe qual o percurso deve seguir
Ainda assim ela segue por caminhos estreitos e corredeiras,
Brinca e milhares de bolhas de sabão se formam ao seu redor,
Até que um dia do labirinto mais profundo ela escuta o chamado da alma
E depois do desfiladeiro ela tem sua primeira grande queda d´agua
E como lhe cai bem este véu de noiva, como são suas estas lágrimas.
Seu amar é forte, arrebatador.. é amar de um dia porque no outro não sabe se vive.
O som é tão alto que somente o doce piano consegue acompanha-lá.
Na sua criatividade caminhos são abertos e ela dá de beber as mãos em conchas,
Torna-se lugar secreto dos que amam em suas águas e
Purificação para os que nela vêm de quanto em vez banhar.
Dona de si já sabe a que veio, e, se há outra palavra
que não seja amar, eu desconheço... E suas águas correm,
correm, correm, correm livres e sem preço,
Não há como impedir uma mulher quando ela deseja algo…
A água é mulher que na sua integridade vai onde lhe cair bem
E não a canto que não invada, não há lugar que se esconda ante a sua presença
Nem essência que não exale perfume próximo as suas encostas…
Desce quantas quedas d’agua lhe for conveniente e por onde passa
Deixa suas sementes, sua fertilidade, suas gerações porque água é vida…
Nada morre próximo ao rio, nada desfalece da mulher inteira de si
Os braços do rio curam, os espelhos d’agua embelezam e profetizam.
Jogadas para o alto por crianças travessas, as águas sorriem…
E a vida segue suave no pulsar da sua intuição que diz por onde ir…
No fim de cada dia elas sabem que continuaram a ser águas e a correrem.
Ás águas e as mulheres se movimentam, circulam, dançam, amam, sonham…
As águas doces encontram as salgadas e se amam, se casam e se tornam eternidade.”
"... No fim de cada dia elas sabem que continuarão a ser águas e a correrem.
Ás águas e as mulheres se movimentam, circulam, dançam, amam, sonham…
As águas doces encontram as salgadas e se amam, se casam e se tornam eternidade.”
Autoria: Gesiane dos Dias Dourados
Botão a botão vão se abrindo e os ares do vento levam todas à terra entre mundos,
Paisagem seca não nega a chuva fina que chora antes da noite cair,
O sol dá seu último adeus para lá no mar morrer
E a luz da lua invade o escuro por detrás do muro,
Seu brilho faz a trilha parecer menos dura, mesmo sentindo cada dor do doer…
…É o divisor das águas do rio que pede passagem para a escolha,
Acostumada que estou com os fantasmas da minha bolha,
Ando, ando, volto, vou, ando, ando, sento, ando, ando,
Meus braços ensaiam nados, braçadas fortes até o forte do meu eu,
Meus antebraços criam asas e são as penas de mim que me fazem sofrer.
É ter um medo danado do viver, do fio da linha da vida entrar na agulha e me furar;
Como ousar a travessia da agonia que assola com todas as patas o meu orgulho?
Meus pés nus afundam na terra rachada que encharcada das
minhas lágrimas formam um barro, o calor queima,
as folhas caem, o frio congela e a primavera brota
E dos meus dedos nascem raízes, meu sangue é seiva verde de esperança,
Meus galhos forrados tremulam no céu azul e no meio da floresta sou mais uma
A estar do outro lado da margem da paisagem a esperar semente nova germinar
E ter coragem para vingar e só assim saber que depois do mar tem vida,
Tem dança, tem festa no luar, histórias de ninar e cantigas de amar.
Tem pequenas rosas de pétalas tão delicadas que só as fadas aspiram seu perfume
Ou tem carvalhos que de tão altos, mais tão altos arranham
o céu e fazem cócegas nos anjos; Não importa o que se é,
nem as escolhas que se faz, importa ser a gente mesmo
Saber secar as lágrimas, bater o pé no chão, levantar e dizer:
Eu vou! Eu posso voar, nadar, amar, sonhar, beijar e conquistar!
Eu sou mulher!!”
****
“E a água mansa que acaba de nascer da fonte
É água menina, incerta e nem sabe qual o percurso deve seguir
Ainda assim ela segue por caminhos estreitos e corredeiras,
Brinca e milhares de bolhas de sabão se formam ao seu redor,
Até que um dia do labirinto mais profundo ela escuta o chamado da alma
E depois do desfiladeiro ela tem sua primeira grande queda d´agua
E como lhe cai bem este véu de noiva, como são suas estas lágrimas.
Seu amar é forte, arrebatador.. é amar de um dia porque no outro não sabe se vive.
O som é tão alto que somente o doce piano consegue acompanha-lá.
Na sua criatividade caminhos são abertos e ela dá de beber as mãos em conchas,
Torna-se lugar secreto dos que amam em suas águas e
Purificação para os que nela vêm de quanto em vez banhar.
Dona de si já sabe a que veio, e, se há outra palavra
que não seja amar, eu desconheço... E suas águas correm,
correm, correm, correm livres e sem preço,
Não há como impedir uma mulher quando ela deseja algo…
A água é mulher que na sua integridade vai onde lhe cair bem
E não a canto que não invada, não há lugar que se esconda ante a sua presença
Nem essência que não exale perfume próximo as suas encostas…
Desce quantas quedas d’agua lhe for conveniente e por onde passa
Deixa suas sementes, sua fertilidade, suas gerações porque água é vida…
Nada morre próximo ao rio, nada desfalece da mulher inteira de si
Os braços do rio curam, os espelhos d’agua embelezam e profetizam.
Jogadas para o alto por crianças travessas, as águas sorriem…
E a vida segue suave no pulsar da sua intuição que diz por onde ir…
No fim de cada dia elas sabem que continuaram a ser águas e a correrem.
Ás águas e as mulheres se movimentam, circulam, dançam, amam, sonham…
As águas doces encontram as salgadas e se amam, se casam e se tornam eternidade.”
"... No fim de cada dia elas sabem que continuarão a ser águas e a correrem.
Ás águas e as mulheres se movimentam, circulam, dançam, amam, sonham…
As águas doces encontram as salgadas e se amam, se casam e se tornam eternidade.”
Autoria: Gesiane dos Dias Dourados
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