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28/10/2016



Serei crucificada pelo que vou dizer, mas ando cansada desse feminismo agressivo e duro.
Buscamos um novo conceito de vida, queremos que os homens mudem, deixem de ser grosseiros, agressivos, duros e cruéis, quem sabe para que possamos ser as novas ocupantes dessas cadeiras, segundo essa visão.
O feminismo, não é contra o homem, mas a favor de justiça e por conscientização de tudo o que não mais queremos. Ser contra o homem, só mostra que estamos doentes tb.
Sim doentes, porque todo desequilíbrio mostra uma patologia. Precisamos sair do reflexo de espelho sujo. Precisamos caminhar mais dentro do amor.
O machismo mata. Fato.
O feminismo duro está criando abismos, inclusive entre nós mulheres e matando nossa irmandade.
Se queremos que eles mudem, precisamos permitir que eles comecem a se expressar, mostrar suas emoções e suas dificuldades. Não será usando das mesmas armas que traremos nova consciência.
Eu mudo, para que o mundo mude.
Eu amo, para receber amor.
Eu não quero mais violência, mas também não quero ser violenta.
Minha sororidade e meu respeito não nascem na agressividade pelo masculino.
Não somos iguais, nunca seremos iguais. Nossa essência é diferente, nossa forma de ver o mundo é diferente, nosso corpo é diferente. Geramos vida em nosso ventre e isso já nos torna Únicas.
Quero justiça, não igualdade.
Quero ser vista e respeitada por quem sou e isso passa por todas minhas facetas, nuances, ondas....
Precisamos sair do reflexo de espelho sujo onde o masculino se colocou e sermos reflexos limpos de nós mesmas. Precisamos caminhar mais dentro do amor.
Não uso espadas, uso rosas nas mãos.
Quero uma sociedade onde possamos ter respeito por nossas diferenças, não seres iguais e etiquetados.
Que me perdoem, mas algumas feministas são chatas demais, grosseiras demais, raivosas demais, mas querem a todo custo que os homens deixem de ser.....
Se não tomarmos cuidado, seremos vítimas de nós mesmas....


Somos breves.
Sejamos leves.




O equilíbrio da vida, em sopros de vento
que balançam meu cabelo na dança da alma
desperto ao encontrar-me inteira, plena
ao som das batidas do meu coração
tambor sagrado que move meu quadril
e meu ventre se torna portal de luz
enquanto meu corpo se encontra
com sua natureza selvagem
renasço das cinzas de mim mesma
trazendo a tona a Mulher Guerreira
Dançarina sagrada da força das deusas.




Sou sopro...
a qualquer momento o vento vem
e me sopra pra longe
me mostra o caminho de outras paragens
desintegro no ar feito poeira cósmica
me integro nas partes sagrados do tempo


sou sopro...
ar rarefeito dos alto das montanhas
nas paisagens sagrados dos templos
na sustentação das asas do gavião
no balanço dos pelos dos felinos

sou sopro...
patuás balançando no pescoço
onde o vento vem levar embora
os mau agouros das vozes perdidas

sou sopro
passeio pelo mundo levando comigo
bençãos do verbo sagrado
rezos que levam amor
pelas quatro direções da roda...

sou sopro
e vou me embora
soprando pra fora
a vida que pulsa
infinita...mente sana.....

25/10/2016




Precisamos acordar e nos dar conta que este planeta é nossa casa e que todas as pessoas são nossas irmãs.
Precisamos acordar urgentemente em nós, em nosso interior, coração, alma, o sentimento real do amor.
Precisamos urgentemente nos dar conta que cada palavra, sentimento, pensamento e ação que temos individualmente, influencia na vida de todos.
De que adianta seguirmos textos tradicionais em livros ditos sagrados se não conseguimos efetivamente colocá-los em prática cotidianamente?
De que adianta irmos rotineiramente à templos, também ditos sagrados, se não praticamos o mais simples de todos os atos que é estender nossas mãos aos que necessitam?
Estamos acostumados demais as mentiras e máscaras em nossas vidas, a ponto de não mais conseguirmos desvencilhá-las de nós. Ao olharmos no espelho nos enxergamos como nossas mentiras. Não temos coragem de nos ver como somos e seguimos contando falsas verdades sobre nós acreditando que somos as máscaras que colocamos.
Estamos nos destruindo como comunidade, observando cada um seu próprio umbigo e achando que nossos achismos são corretos e que todo e qualquer pensamento que difere é contra nós. Não aceitamos o diferente, seja ele na cor, pensamento, "classe social" (?????).
Queremos que todos sejam brancos.
Queremos que todos sejam cristãos, muçulmanos, judeus.....etc...
Queremos que todos sejam lindos, magros, cabelos lisos....
Achamos que nossos filhos são mais importantes do que os filhos de nossos companheiros de viagem.
Ensinamos a ganância, a ignorância, o medo, a hipocrisia, a falsidade, a mentira, o proconceito, ensinamos a corrupção.
Ensinamos o que não queremos mais e nem nos damos conta.
Queremos demais e doamos de menos.
Aprendemos que para nosso rezo precisamos pedir, vivemos em medicância, achando que nos falta ou faltará algo. Não damos conta de nós e cobramos dos outros, absolutamente tudo e esquecemos que não damos absolutamente nada em troca, não sem antes reclamar.
Não compartilhamos, não abraçamos, não olhamos nos olhos;
Perdemos a noção de humanidade e queremos ser tratados como gente.
Perdemos a noção de valor e temos preço.
Perdemos o amor e temos pena.
Caminhamos por entre irmãos em situação de rua e temos nojo.
Caminhamos entre crianças abandonadas e temos raiva.
Julgamos a tudo e a todos.
Estamos nos perdendo e nem sequer nos damos conta disso.
Estamos desfiando os fios da teia que nos une e sequer nos importamos.
Afinal de contas, o que é o outro senão alguém que atrapalha minha vida, construindo uma casa melhor do que a minha, tendo o carro melhor que o meu, que consegue o emprego que Eu queria?
Temos tempo ainda de nos curar.
Mas temos cura para o tempo que jogamos no lixo com nosso desamor?
O amor está para Todos, mas nem todos estão para o Amor.
Precisamos acordar deste pesadelos e voltarmos a viver o sonho de um planeta pleno de amor.
O sonho pode começar em mim, em você....mas tem de ser cantado Juntos, como numa canção de amor.
A humanidade somos Nós!

Somos Breves!
Sejamos Leves!

22/10/2016






Sou água que flui
profundamente profunda
sou emoção a flor da pele
sou pura tempestade
sou seguir por entre pedras
sou nascer de olho d´água
sou corredeira e cachoeira
sou rio manso e tsunami
sou águas que se encontram
sou oceano de amor
carrego comigo as histórias
de todos os cantos que passo
levo os galhos secos
deixo úmida a terra com vida
sou vida que brota
sou a morte que chega
mergulho em mim mesma
penetrando a escura profundeza
descubro a luz da clareza
nas águas de minha Mãe....
sagrada senhora das pérolas
sagrada presença de luz
nas águas de Odoyá
a bússola refaz o trajeto
acerta ponteiro
me leva ao mar....
de volta pro ventre
de Mãe Yemanjá

21/10/2016



Ave Maria repleta de luz
Benditas somos nós filhas da Tua Graça
Benditas somos nós nascidas de Teu ventre.
Abençoai a todas em nossa jornada
Para que sigamos sob tua guarda
Ensinai-nos a beleza da delicadeza
Mostrai-nos o caminho da beleza interna
Santa Maria senhora das rosas
Perfumai nosso destino com Tua Presença
Retirai os espinhos de nossos caminhos
Abençoai nossos úteros para que sejamos
Geradoras da generosidade
Protegei-nos de nossas próprias sombras
Para que não venhamos a ferir nossas irmãs
Que sejamos mãos estendidas
Braços abertos e abraços apertados
Que possamos seguir Seu exemplo
Assim na terra como nas águas
Assim no ar como no fogo
Assim na vida, como na passagem
Assim em mim como em todas!
Assim seja!





O principio feminino trabalha em uma frequência própria, a frequência da vida. Portanto trabalha também em outro paradigma e outra lógica.
Não podemos querer que os princípios que são opostos, sejam iguais e caminhem na mesma linha de coerência, pois energética/psicológica e espiritualmente estão vibrando e compreendendo a vida de formas diferentes.
O principio feminino não está ligado ao sexo físico, mas como esse ser se compreende, se vê e se sente.
Estar ligado a esse princípio é estar ligado ao encantamento, a geração (não apenas de vida intra-uterina), a capacidade de venerar os mistérios do mundo, sua criação, a natureza e nunca contra qualquer forma de vida.
Quando o princípio feminino está em desequilibrio, está em desequilibrio também toda capacidade da vida no planeta.
Caminhar dentro dessa essência é naturalmente desafiador para o princípio masculino, que compreende a vida de forma matemática e foi educado desde a ancestralidade para a guerra, destruição, domínio e assim o machismo foi se formando e se encaixando como conceito natural, já que tudo era "posse" do guerreiro.
Mudar esse paradigma é uma caminhada que necessita realizada urgentemente por ambos os lados de uma mesma moeda, ainda que diferentes, complementares entre si.
O principio feminino precisa voltar ao seu estado de encantamento, geração, espiritualidade, viver toda sua complexidade Livremente, para que nosso mundo possa voltar a caminhar no amor.
O princípio masculino, precisa transmutar o guerreiro (briga), a destruição, o domínio e acima de tudo abandonar o machismo, para que nosso mundo possa voltar a caminhar no equilíbrio.
Juntos, cada um em sua própria essência temos a capacidade de construírmos uma nova era, onde todos possamos determinar quem somos, o que somos e como nos enxergamos dentro da sociedade para torná-la o que sonhamos. Saindo de nossa zona de conforto e do universo umbigo.
A liberdade de sermos quem somos, depende apenas de nos libertarmos das amarras do que pensamos ser.
Sair das gaiolas que nós mesmos criamos é o cenário que precisamos para nos libertarmos das falsas imagens que construímos sobre nós e sobre os outros.
Simples assim!


Somos Breves!
Sejamos leves!

19/10/2016



Com grande honra no coração venho compartilhar aqui a Programação do Festival Brasileiro dos Saberes Femininos onde estarei com uma roda de conversa sobre: "A arte das Benzedeiras"!
Dia 12 de novembro, sábado das 15h as 17:30
Gratidão Grande Mãe por me permitir estar entre as mestras!








Ela foi convidada a ir pro mar e lá se entregar...
Assim, chegando às areias de Odoyá, sentou-se e de olhos fechados ouvir as canções que Ela entoava e o perfume de maresia no ar. Ficou ali por um tempo não contado, mas sentido.
Quando então chegou uma índia anciã que a banhou de ervas, trazidas em uma bolsa de couro. Rezou em seus ouvidos palavras de força, dançou em volta da mulher que sentada estava e sentada ficou sentindo o canto penetrar sua pele, arrepiar seus pêlos e aguçar seu sentir.
A índia senhora, cavou fundo um buraco e chamou a mulher para ali se sentar. E então enterrada ela foi até o pescoço.
Ali, durante algumas horas, chorou se entregou às dores e às lembranças do ventre que a carregou e nutriu. Sentiu os medos de sua mãe e o quanto ela lutava para que o parto não acontecesse. Ali, enterrada nas entranhas da terra, ela sentiu as entranhas de sua mãe e todos os medos que afligiam seu coração, fazendo doer seu corpo como quem recebe doses altas do veneno do medo pelo cordão umbilical. Ali naquele “útero” de terra, ela se viu no útero da mãe, e rezou, chorou, gritou, pediu ajuda, vomitou toda bílis que estava parada em seu corpo, envenenando sua alma com raiva e deixou assim também o medo se ir....sem culpa, sem mágoas, sem mais a dor....e ela não se sentiu mal por ter ali, na terra, naquele útero abençoado, deixar todas suas angústias e percebeu que estava sim, sentindo todas as emoções do parto dolorido pelo qual passara, mas ao contrário do primeiro, ela não foi retirada a força, quando a senhora falou para nascer, lá estava ela, cavando com as unhas, chorando e gritando agradecida por poder renascer em espírito, curada das dores que o corpo e a mente carregaram por anos a fio em sua jornada. E ali, renascia inteira a guerreira. E ali, renascia plena a mulher. E ali renascia pacífica a alma. E ali ficavam, no útero da mãe, todas as lembranças que amarrava ela para que nascesse em laços o Ser que foi criado pela Grande Mãe para vir à Terra cumprir sua Sagrada Missão.
Ali, cansada, deitou-se no chão, com sua cabeça descansando no colo da anciã que a ninava, cantando cantigas de amor para que ela na força da Mãe voltasse a caminhar sem medo, sem raiva, sem amarras. Apenas o fluir das águas do mar percorrendo a alma que florescia e que tinha as raízes fincadas na terra sagrada.
Ali, ela conheceu os segredos da Sereia Sagrada e do Pai da terra....
Ali, ela virou mulher encantada.....ali a mulher, pariu a si mesma.....ali ela honrou sua mãe e todas suas ancestrais.
Ali ela curou suas descendentes


arte: Nubia Alfaro
imagem de site de busca

18/10/2016






Diante do fogo e do tabaco:

O que dizer diante do fogo e do tabaco?
- O silêncio.
O que ver diante do fogo e do tabaco?
- O vazio
O que sentir diante do fogo e do tabaco?
- O silêncio
O que pedir diante do fogo e do tabaco?
- O silêncio interno.
O que agradecer diante do fogo e do tabaco?
- O silêncio interno.


Cada medicina nos ensina sua maestria, no silêncio da nossa alma e dentro dele nos conta sua história e a história dos ancestrais.
Aprender a gostar do silêncio e de permitir a alma se manifestar no silêncio. Essa é a medicina, esse é o aprendizado!






Caminho silenciosamente

Pelos campos que se desenham

Meus passos não são ouvidos

Apenas minha respiração corta a noite

Ando sobre as pegadas das minhas ancestrais

Elas traçam a jornada de meus pés

Estou entregue a vida assim como a morte

Sou a senhora das magias e trago comigo

Meus companheiros de jornada

A onça me diz: ouça, o escuro traz mensagens

Seja a magia que procuras

Liberte-se das amarras

O beija flor sussurra em meus ouvidos:

Alegre-se com a vida

Cure-se das dores e cante os amores

E o gavião me mostra o caminho

Do alto de seus vôos acompanha

Meus pés na terra firmando

Sou a ancestralidade viva

Pois permito que ela pulse em mim

Corra por minhas veias

Nutra meu coração e alma

Caminho solitária, mas não em solidão

Sou banhada de luz

Por todas as que desenharam o mapa

Que hoje percorro o território silenciosamente

Em minhas mirações as vejo

Em meus sonhos as ouço

Em minha vida, as reconheço!

14/10/2016







Em uma pequena vila de pescadores em uma ilha, contam as mulheres locais que quando uma mulher está para parir, o aviso vem do vento!

As mais novas nunca entendem bem essa história, mas sempre obtém a mesma resposta das anciãs do vilarejo: - Chegará o tempo que vocês ouvirão o vento e reconhecerão as mensagens.

Assim as meninas cresciam entre essa e outras “lendas” locais, que nutriam o feminino desde a mais tenra idade. Mas enquanto não chegava o tempo de ouvir o vento, elas brincavam com a terra, aprendiam com as ervas, liam os sinais das flores e sentiam o perfume da vida no ar. Aprendiam canções sagradas em volta do fogo nas noites de luz cheia, onde as mulheres desse local se reuniam para trocar experiências, ouvir as mais velhas e assim guardavam suas tradições e as sabedorias.

Quando uma das meninas fazia seu rito de passagem pessoal, quando chegava sua lua, todas as mulheres da vila dançavam e cantavam em homenagem aquela que deixava sua infância para agora atravessar a ponte para a juventude, começando a conhecer outros mistérios de sua feminilidade. Aprendia como plantar sua lua, rezos especiais para esse momento e quais plantas eram suas mestras durante esse tempo de amadurecimento. Aprendiam os mistérios do corpo feminino e o sagrado ato de gerar e parir vidas. Assim, as mulheres se sentiam nutridas em suas almas femininas e seguiam jornada entre o sagrado e seus afazeres pessoais, tão sagrados quanto.

Assim essa menina aprendiz, era acolhida por uma dessas anciãs, a que mais se aproximava de sua alma, para aprender o que mais alimentasse e fortalecesse seu Ser, único e sagrado, como diziam as avós.

Ela aprendia a arte de tecer, para nunca se esquecer de enfeitar a vida. A costurar, para unir pontos distantes de suas dúvidas e permitir nascer uma peça inteira de sabedoria natural. A fazer pães, para alimentar o corpo e compartilhar com as irmãs e irmãos de jornada. A pescar, para que não lhe faltasse a sabedoria de acessar mundos internos e multiplicar os alimentos. A dançar, para sua alma nunca se esquecer da alegria de sua criança sagrada e a cantar, para honrar as ancestrais com sua voz. Além de tantos outros ensinamentos que lhe fossem úteis para a vida toda, durasse ela um dia ou 100 anos.

Ao engravidarem, depois de todo o caminhar de sua jornada, sabiam que aprenderiam a ouvir o vento e todas as histórias que com ele chegariam!

Durante toda gravidez, a parteira se reunia com as grávidas e lhes contava segredos e mistérios ancestrais, que permeavam a vida de todas as mulheres locais desde os primórdios. A vozes do vento, dizia a senhora, vem trazendo consigo as bênçãos do tempo e esse as memórias das nossas avós.

Quando então chegava o dia de parir as crianças, além das mudanças de lua havia também o canto dos ventos que era ouvido por todos, mas apenas as parideiras conseguiriam saber o significado da cantiga e ver os espíritos guardiões que chegavam. E por toda a vila era possível durante a noite anterior aos partos, que sempre aconteciam em números pares, mistérios esse que nem mesmo as mais antigas ousavam contar em suas contações, podia-se sentir o vento forte batendo as ondas do mar, remexendo as folhas e contando cantigas de amor.

As grávidas esperavam juntas, perto de uma fogueira acesa para verem os espíritos que ali passavam há séculos e séculos, cuidando da vida e de suas mulheres perto de parir. Então podiam ver espíritos de mulheres, com seus cabelos esvoaçantes e vestidos de vento, soprando o “mal” para fora da ilha e cantando canções chamando e abençoando as almas dos pequenos que se preparavam para nascer, cantando no ouvido de cada mulher o nome da alma que se aproximava.

Os espíritos femininos passavam a noite nesse rito até que os primeiros raios de sol brilhassem no leste, quando então se iam para longe, para o lar das guardiãs e de lá só sairiam novamente para cantar a vida e soprar as maldições para fora dali.

Então, as meninas que cresceram e estavam perto a parir...sabiam que a vida seguia linda e leve e seus filhos e filhas estariam para todo o sempre, até que sua hora de partir chegasse, protegidos e amparados.

Assim, naquela pequena vila, na pequena ilha, a vida se renovava e o fluir do tempo era assim, o fluir do tempo!




11/10/2016






Mensagem inbox, no Facebook, que recebi resolvi compartilhar porque sinto que isso é muito sério e deve ser falado a exaustão!

"Rose, sai com um cara ai e ele tinha namorada. Eu conhecia a mina mas, mano quem tem compromisso com ela é o cara não eu, entende e ela ficou puta comigo. Sou feminista e defendo todas as mulheres, mas eu aprendi que meu corpo minhas regras e quem tem de respeitar ela, é o mano. Cê concorda comigo?
Ela tá puta da vida, comigo cara.
Tinha de tá puta com ele. O que eu faço?"


Resposta:
Perdão querida, mas a coisa não é bem assim!
Seu corpo suas regras, isso é fato, porém o que você fez foi falta de respeito Sim.
Nunca vamos encontrar o caminho da real Sororidade enquanto pensarmos em nosso próprio umbigo. Claro que ele é quem tem um compromisso, um contrato dentro dessa relação e, se você não sabe qual é esse "contrato", se eles mantém uma relação monogâmica, se Sua atitude não vai magoar a outra, não faça.
O fato de ele faltar com a palavra dentro deste relacionamento, é um problema deles mas, sua atitude não foi melhor do que a dele e isso é um problema Seu. Precisamos respeitar nosso espaço, mas acima de tudo não praticar à nossas irmãs, o que não queremos para nós mesmas, portanto você foi mal caráter sim.
Sororidade flor, é respeitar TODAS as mulheres e suas relações.
Quem traiu foi ele, mas quem não caminha com as palavras é você!
Isso não é feminismo amada, é machismo disfarçado de liberdade.
Isso não é feminismo querida, é faca amolada!
Feminismo e Sororidade, são o oposto disso!
O que fazer? Mude de comportamento a partir de agora em sua jornada!

Grata







Contar os golpes e voltar pra casa!


Dentro do caminho vermelho temos uma máxima que diz que os guerreiros sábios aprendem a contar os golpes!
Contar os golpes significa falar sobre as batalhas enfrentadas e como conseguimos passar por elas e sairmos vitoriosos. Contar os golpes requer sabedoria e compaixão, pois um guerreiro da luz não pratica nenhum ato cruel.
Contar os golpes significa compreender a batalha e sentir-se mais forte ao sair dela.
Toda pedra (obstáculos e batalhas) encontrada no caminho deve ser reverenciada pois nos mostra exatamente aonde as distrações nos tornam vulneráveis. Tropeçar nos mostra que estamos desatentos com nossa própria existência e isso nos coloca como alvo em potencial.
Contar os golpes e deixar à mostra nossas cicatrizes nos faz aprender e reaprender com nossas experiências de jornada.
Contar os golpes nos coloca frente a frente com nosso espelho que nos diz o tempo todo: "E ai, se não mudar, nada muda"!
Contar os golpes requer coragem, as vezes mais do que para enfrentar a batalha em sí, afinal ao falarmos em voz alta, ao contarmos nossa história, ouvimos de nossa boca, tudo o que somos capazes de fazer.
Quando, ao contar os golpes nos sentimos em paz, significa que vencemos, que somos guerreiras que sabem o peso de retirar a espada da bainha e aprendemos que só podemos fazê-lo para auto defesa, nunca para o ataque. Carregamos em nossas mãos flores e essas, ofertamos pelos caminhos que passamos, perfumando mãos e corações!
Contar os golpe nos diz que a humildade venceu e somos merecedores de ter nosso relato escrito a fogo, nas páginas da nossa história!
Quando conseguimos contar nossos golpes e sentir leveza é chegada a hora de retornar pra casa, nos cobrir com nossos xales e nos sentir abençoadas por sermos quem somos e continuar no caminho.
Quando contamos nossos golpes e nos sentimos abençoadas, é momento de descansar os pés preparando-os para nova jornada, pois essa não cessa.
Então a Senhora Tecedeira nos cobre com o xale da vitória das abençoadas, as que caminham com o coração como guia e tem na Luz seu candeeiro na estrada. E a casa se faz em qualquer lugar, coberta pelo xale de amor que nos aquece e acolhe.
Golpes e Casa....assim se faz a história de uma guerreira!
Contar os golpes e voltar pra casa, fogo sagrado queimando e aquecendo, sopro de vida, benção de alma!
Contar os golpes e levar no coração além dos aprendizados, os irmãos de alma que reconhecemos no olhar, no perfume da pele, na roda de medicina. É saber que nunca estamos sós e que toda cicatriz encerra em si uma alma transformada.
Contar os golpes significa sair da zona de conforto e ser responsável por si mesmo e acima de tudo, nos coloca na jornada dentro da lei do: Caminhar com as Palavras!
Voltar pra dentro!
Sentir-se em paz!
Ser a paz!
Paz....

06/10/2016





Existe uma espécie de gente, que dá vontade de grudar, de não sair de perto!
Existe uma espécie de gente que nutre a alma da gente, apenas com sua presença!
Existe uma espécie de gente que nos torna melhores a cada encontro, a cada olhar, a cada abraço!
Uma espécie de gente que tem como arma uma rosa nas mãos e que usa a espada, apenas para auto defesa!
Uma espécie de gente que ama, que usa do seu tempo para ajudar ao próximo, para aprender e compartilhar seu saber!
Uma espécie de gente que caminha pela vida fazendo a diferença na vida dos outros, servindo de ponte para a luz!
Uma espécie de gente que não deixa a gente desistir da caminhada.
Uma espécie de gente que nos leva no coração e torna nosso coração maior a cada dia!
Uma espécie de gente que vai curar a terra!
Uma espécie de gente que, que a gente ama!
Uma espécie de gente que pensamos estar em extinção, mas se olharmos com atenção, estão ao redor, nos lugares mais simples e inusitados!
Uma espécie de gente que não tem medo de parar e contemplar o por do sol, a lua cheia, um pássaro que canta, a flor que insiste em nascer em meio ao cimento!
Uma espécie de gente, que é gente!
Uma espécie de gente que nos permite ser quem somos e nos acolhe!
Uma espécie de gente, que sendo gente só se importa com o que se é, não com o que se tem.
Uma espécie de gente, que nos faz sonhar!
Gratidão à todos vocês que aparecem ou não aqui, mas sabem que são essa Gente de luz que ilumina o caminho por onde meus pés pisam!




Precisamos compreender na vida, que usarmos do nosso sagrado tempo para julgar e observar a vida do outro, não nos faz melhor. Ao olharmos nos olhos de nossos irmãos de caminhada, com atenção, perceberemos que somos nós os refletidos ali...esse é o espelho da alma, nosso reflexo.
Precisamos nos colocar como pontes para que as pessoas possam sair de suas tristezas e aflições, não para afunda-las ainda mais.
Ser ponte de luz requer que observemos nossas próprias atitudes, lapidando nossa alma, que é nossa única real obrigação, todo o resto é ego trabalhando que nos faz pensar sermos melhores do que outros a ponto de apontarmos nossos dedos esquecendo que nosso trono neste caso, não é de ouro.
Quando damos um passo em direção ao julgamento damos dois passos para trás, nos afastando do amor e nos colocando mais próximos da dor e do vazio.
Sermos responsáveis com nosso verbo, nosso sentir, nossas ações, nosso pensamento e, acima de tudo empáticos com o outro, nos torna melhores a cada dia.
Olhar o outro para acolher a sua dor, não para julgar seu caminhar.
Simples assim.

Sejamos hoje a melhor pessoa que pudermos!
Sejamos amor em movimento!

04/10/2016








Oxalá possamos,
-Voltar a nós enxergar com doçura.
Ouvirmos a fala uns dos outros sem o sentimento de julgamento. Isso apenas nos mostra o estado de identificação negativo que ainda nos colocamos e dessa forma, mergulhamos mais ainda nas sombras.

Oxalá consigamos,
-ser amor incondicional em todos os momentos.
Compreender a medicina do silêncio e respeitar o tempo e a medicina dos outros, respeitando assim a jornada pessoal e intransferível de cada Ser.


Oxalá possamos dar à vida, o que gostaríamos de receber, preenchendo a egrégora da Pacha Mama, com o amor e a delicadeza necessárias para a cura de todos .

Oxalá, a Divina Mãe nos mostre a todo instante a face mais bonita do espelho, nos ajudando a tecer o belo de nós mesmos para que possamos deixar de nutrir a escuridão e assim deixarmos de ser agentes da dor de nossos companheiros de jornada.

Oxalá o dia em que todos nós sejamos a ponte para a cura de nossos irmãos. Caminhando no Amor, pelo Amor e para o Amor!






Imagem:Nossa Senhora do Carmo
Cândido Portinari
Capela da Floresta da Tijuca.