O néctar da vida!
Quando descobrimos que não somos nada do que pensamos ser, a
primeira sensação é de absoluto vazio, um desconfortável e desconcertante
vazio. Afinal passamos a vida acreditando que somos o que nos faz feliz, somos
a tristeza que carregamos, somos as lágrimas que derramamos as perdas e os
ganhos que tivemos. Somos ensinados que somos a religião que pregamos os livros
sagrados que lemos os aprendizados que recebemos nas escolas e os diplomas que
penduramos nas paredes, assim como e mais intensamente, somos ensinados que
somos o que temos em nossa conta bancária.
Passamos nossa vida acreditando e olhando as coisas de fora
para dentro, dando mais valor ao que dizem, do que ao nosso próprio sentir.
Passamos a vida em barulhos horrorosos, ao som de palavras
vazias e mentes cheias. Corações angustiados e mãos descartáveis, já que não
são estendidas para ajudar um irmão sequer na caminhada.
Ao passamos o primeiro impacto da descoberta de quem somos e
percebermos que, não somos nada daquilo que pensávamos nada daquilo que os
outros nos falavam, nada daquilo que o espelho, mesmo o de mais puro cristal,
nos sentimos abençoados por percebermos que somos as qualidades do Grande
Mistério! Pura e simplesmente.
Não somos a tristeza nem a culpa, muito menos a dor ou a
desilusão. Não somos a alegria nem as lágrimas, não somos nada que possa ser
explicado em palavras. Somos a mais pura luz e não sombras como sempre nos
fizeram crer. E, por crermos sermos sombras, nos afastamos daquilo de mais
sagrado que temos e somos: O AMOR DIVINO!
Não, isso não é religioso. Isso é descoberta do Grande
Mistério na sua mais profunda e pura essência.
E somente no silêncio conseguimos encontrar isso.
Enquanto nos cremos sombras e cremos ainda mais, que somos
castigados por não sermos a luz que buscamos, vamos criando véus que nos
distanciam da verdade.
Não creio que somos criados por essa força misteriosa para
que sejamos o tronco, o algoz e/ou a vítima. Não creio que somos, ainda que
estejamos por estarmos vendados, de todo o mal que é pregado ao mundo. Se
realmente cremos que somos filhos dessa Força, precisamos sair dessa caverna
escura e úmida, para a luz que pode queimar um pouco nossa retina, nossa pele e
nossas vãs filosofias, mas aos poucos, conforme vamos nos acostumando e nos
entregando a essa Luz Maior, nos damos conta que somos todos, filhos de uma
mesma célula, criados a partir de uma mesma semente e mesmo que demore o que
pensamos ser uma eternidade, todos nós nos daremos conta da luz que emana a
partir de nossos corações, da nossa célula matriz e que, portanto, somos todos
frutos de uma mesma árvore.
Isso não é encontrado ou ensinado em templos de ouro e
prata, nem em templos onde a voz dos homens é mais ouvida do que o silêncio dos
anjos. Isso não é ouvido em bares onde o álcool comanda as festas e a falsa
alegria dos que caminham anestesiados nem mesmo em lares onde o abraço e o
aconchego não são parte da refeição. Sim, a alma necessita ser alimentada!
Eu falo de um Mistério que canta pelos bicos de seus filhos,
que anunciam o amanhecer. Eu falo de um Mistério que está nas plantas que
colhemos da terra e nos nutrem o corpo. Eu falo de um Mistério que se apresenta
todos os dias, quando anoitece e nos presenteia com o descanso de nossos corpos
e com estrelas que cintilam na imensidão e, também nos dá o amanhecer para que
possamos despertar, mais do que nossos corpos, nos possibilita o despertar da
consciência!
Eu falo de um Mistério que se manifesta nas águas que batem
nas pedras e nas que escorrem pelas encostas, matando a sede dos caminhantes.
Um Mistério que pia alto no céu e nos ensina a olhar de fora e do alto nossas
preocupações e assim, encontrarmos as soluções que necessitamos.
Eu falo de um Mistério que dança com suas asas entre uma
flor e outra, colhendo o néctar da vida, beijando suavemente as pétalas que lhe
serve de alimento, em forma de gratidão!
Eu falo de um Mistério que firma os passos sobre a terra e nos
dá segurança no caminhar.
Eu falo em um Mistério de esperança que se renova todos os
dias, em todos os corações, para que todos possam de alguma forma, encontrar a
paz tão desejada e tão esperada, mas que mesmo sem perceber, nos afastamos,
para vivermos sob o julgo de pretensos deuses da sabedoria e da religião, que
ao invés de nos religar nos desliga de nós mesmos e conseqüentemente, do Todo!
Ao contrário do que muitos pensam, eu não sou religiosa,
pois não sigo nenhum livro, nenhum ensinamento que vêm pelo homem. Sou filha
das estrelas, tenho em mim o pó da criação do universo, tenho em mim o DNA das
estrelas e creio nessa força. Sou feita à imagem e semelhança, portanto sou uma
das qualidades desse Grande Mistério aqui nesse mundo e sim, essa qualidade
apesar de estar em mim, não é minha. É fruto que mata a fome dos meus irmãos e
a semente que semearei na terra. Esse é meu contrato sagrado, que após ser
cumprido encerrará minha jornada.
Eu falo de um Grande Mistério que se manifesta em toda
plenitude de sua criação, em todo seu amor a todo instante e, como sempre digo,
basta estar atento, basta estar presente em nosso presente, pois Ele se mostra
e se manifesta a todo instante!
Permita-se ser esse Vazio absoluto e descubra-se em
plenitude!
Permita-se saciar sua sede, com o néctar da vida!
SEJAMOS HOJE A MELHOR PESSOA QUE PUDERMOS!
SEJAMOS AMOR EM MOVIMENTO!
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