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17/02/2017



Sou toda minha ancestralidade, em mim!
Sou toda força que me move, a partir de mim!
Sou toda beleza que me cerca, espelho de mim!
Sou toda canção que ressoa, canto do meu eu!
Sou todas as cores que reluzem, o brilho em mim!
Sou a paz do silêncio, que silencia em mim!
Sou o calor do fogo sagrado, que queima em mim!
Sou o ar que sopra a vida, brisa em mim!
Sou a água que nutre a vida, fluo em mim!

Nós mulheres precisamos ouvir nossa ancestralidade!
Honrar todos os úteros que vieram antes dos nossos úteros, saudar todas as abuelas que nos cercam todos os dias.
Precisamos parar para ouvi-las sobre suas histórias e com amor e carinho, quem sabe também ajudá-las a re-significarem o olhar, mudarem o prisma e levá-las a paz que elas merecem e muitas vezes por ignorância, por estarem no lugar comum de sempre, no cômodo e confortável não conseguem sair da dor, porque foram ensinadas por suas mães, que foram ensinadas por suas mães, que foram ensinadas por suas mães...(e por favor não vamos ver isso com olhar de julgamento. Todas nós temos um "lugar do cômodo e confortável"), somos todas de alguma forma vítimas de vítimas, mas continuar na mesma posição, não nos ajuda em nada e nesse caminhar faremos de nossas filhas, nossas vítimas também!
Precisamos honrar a história de todas, conhecer os detalhes e saudar essas mulheres pelas guerreiras que foram. Caíram sim, afinal caímos nós todas, mas levantaram-se todas as vezes e nos mostram que são guerreiras, ainda que elas não acreditem, ainda!
Saber quem foram, como viveram, em um encontro onde haja uma escuta respeitosa, uma fala amorosa, um acolhimento entre mães e filhas, mulheres, irmãs!
A tal sororidade sendo colocada em prática a partir do nosso círculo sagrado, a familia. A partir dos ventres que nos trouxeram todas, e todos, para este mundo. Que nos nutriram com o que tinham de melhor e muitas vezes julgamos com nossa régua o melhor e o pior do outro! Temos urgência em mudar!
Não existe uma sociedade que possa se manter em equilíbrio quando ela não honra suas mulheres, pelo simples fato de não honrarem a vida, a própria vida, afinal todas surgiram de um ventre. O local mais seguro que estivemos em nossas vidas! Independente de qualquer coisa pela qual possamos ter vivido com elas, é honrando sua alma, sua caminhada, sua história, seu coração, que podemos seguir em frente, construir nosso próprio caminho. Não há tradição sem ancestralidade! Não ha presente, sem que o passado tenha havido, não há futuro se o presente não estiver sendo construído sobre bases firmes, nossas raízes.
Que possamos crescer infinitamente, que nossos galhos cheguem aos céus, mas que nossas raízes estejam firmes, nos trazendo sempre a força da nossa terra. Do útero que pulsa em mim, ao útero que pulsa em minha mãe, ao útero que pulsa em minhas ancestrais, ao útero da Mãe Terra, todas as bençãos do mundo!
Vamos ouvir nossas ancestrais, nossas irmãs, amigas, vizinhas, com o filtro para o julgamento e falar, com o mais doce mel das abelhas em nossos lábios!
Sagradas mulheres.

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