Perdão pelas palavras duras, mas estamos muito chatos.
Todos os dias tenho visto pessoas do alto de seus troninhos de merda olhando a tudo e a todos de cima, com toga de juízes e martelo e justiceiros.
Cada dia um dedo apontado para um "problema diferente", esquecendo-se que para julgar alguém há que se calçar seus sapatos e caminhar seu caminho, pois somente assim saberemos onde o sapato aperta e onde está a dor, se na alma ou nos pés, ou em ambos.
São pais e mães julgando pais e mães, colocando-se como melhores, esquecendo-se que ser presente é estar presente, não na frente da tv ou do notebook.
São feministas querendo igualdade e conseguem, de comportamento, tornando-se exatamente aquilo que mais desprezam no machismo, cruéis.
São machistas esquecendo-se que nasceram de um ventre.
São filhos falando mal de seus pais esquecendo que só estão por aqui, por um SIM, que ambos lhes deram, ou ainda, um SIM que a mãe deu.
São héteros falando de gays..como se o fato de ser hétero os tornassem melhores.São policiais falando de bandidos, cometendo os mesmos erros: matando indiscriminadamente.
São crianças sendo chamadas de bandidos, esquecendo que muitas delas foram ensinadas nas ruas, sem colo, sem amor, sem aconchego.
São negros querendo o fim do racismo, sendo muitos deles, racistas.
Vejo muitos brancos querendo o fim do racismo, pregando a separação.
Falamos da esquerda, esquecendo da direita, falamos da direita, esquecendo da esquerda, falamos de tudo, menos de nós mesmos.
Vejo amigos se afastando por terem opiniões diferentes.
Vejo pessoas sentadinhas em seus rabos, apontando a sujeira do outro.
Acho que precisamos parar de nos colocar acima, de colocar etiquetas em todos, criando vácuos sociais onde as ervas daninhas se propagam com facilidade.
Precisamos parar de ir a templos aos domingos e passar a semana desejando a morte, o mal, a tristeza, a vingança.
Precisamos parar com hipocrisias. URGENTE.
Muita gente pregando o "politicamente correto", mas caminhando ainda na escuridão do julgamento alheio.
A verdade pessoas não é absoluta, é relativa ao olhar de cada ser, pois cada um tem uma caminhada e absorve os ensinamentos de um jeito, segundo seu prisma, suas vivências, suas histórias.
Ao invés de julgar quem sabe procurar conhecer o caminho do outro, seus motivos, suas dores, suas alegrias...
Tenho certeza que, ao caminhar com o sapato alheio como dizem os índios, perderemos a motivação do julgamento, pois conheceremos a alma do outro, não aquilo que julgamos.
Sem mais.
Perdão pelo desabafo, mas a gente tá muito chato!
Rose Kareemi Ponce
"A compaixão torna-se real quando reconhecemos nossa humanidade comum."
Simples assim :
Pema Chödrön
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