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18/07/2018





Os caminhos aquáticos que me levaram à aldeia dos parentes Shawãdawa no Acre, foram mexendo com minhas emoções, trazendo lembranças da minha infância em Mato Grosso, junto aos meus parentes, das experiências vividas com meu pai, que na época passaram despercebidas, afinal era apenas um pequena menina descobrindo a vida. Ao viajar por essas águas, muitas fichas foram caindo, certezas se desmanchando pelas artérias da Mãe Terra, sendo purificados assim todos os densos sentimentos que permeavam minha alma.
Olhos marejavam o tempo todo, coração cantava cantigas de celebração, amor e beleza!
Minha alma foi se abrindo, minha mente aquietando e apenas o sentir ficou. Apenas a vida acontecia, sem querer compreender, sem querer saber de horas, dias, razões...
Me senti desmanchando, desfazendo...antes era meu coração que pedia a floresta, depois a certeza de que a floresta me chamava, a Samaúma me chamava....ela me soprou até lá, antes de ir fisicamente, fui em espírito, voando feito as plumas da própria árvore, pelos ventos das folhas verdes, dos galhos altos, onde o sagrado Gavião Real faz seu ninho...fui porque precisava, porque era meu contrato sagrado com o divino que ali habita. O espírito dela me esperava, me chamava...e eu ouvi e aceitei seu chamado de cura..
Ainda estou em desconstrução.
Ainda estou vivendo os aprendizados.
Sem pressa.
Sem relógios.
Sem calendários.
O senhor Tempo cuidando de tudo. No tempo do tempo tudo se encaixa dentro.
No tempo do tempo somente as sementes do amor florescerão....
Nesse agora, a gratidão se instalou!
Tudo em paz aqui!
Tudo em paz!

Rose Kareemi Ponce

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