Cansei de pisar em solas de borracha, que me isolam do mundo.
Quer pisar em chão firme, em solo cheio de pedras, caminhar na selva no meu peito e abrir trilhas que me levem cada vez mais fundo na alma.
Cansei de pisar em saltos altos, me vestir de mulher de mulher fatal, enquanto a fatalidade é matar o coração.
Cansei de ser o rascunho que desenham de mim, tornando-me apenas uma sombra daquilo que posso ser.
Me rebelei contra a normalidade das pessoas que se permitem estar onde não querem e viver o que não acrescenta-lhes nada ao ser.
Não quero acumular peso, quero fazer poupança de lembranças, guardar no banco de memórias lugares e pessoas que me são caros.
Não preciso de nada no meu nome. Mesmo eu sou mais do que um simples nome.
Não quero mais viver sob o fantasma de quem não sou, quero viver a plenitude de me descobrir a cada dia, mais e mais profundamente mergulhar em mim e apenas fluir pelos rios da vida!
Cansei de viver a vida que os outros esperam,
Vou viver meus próprios sonhos e torná-los minha realidade!
Vou viver apenas.
O resto?
Não sei! Mas nem quem caminha na normalidade da vida sabe, a diferença é que eu mergulho fundo, não gosto de movimentos rasos.
Água morna, não serve nem para chá!
Permito-me a intensidade.
Permito-me Ser!
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