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22/02/2016







FEMINISMO E FEMININO SAGRADO

Tenho sido cobrada por meu posicionamento feminista, algumas vezes dura, e como isso pode caminhar junto com o feminino sagrado e como o comportamento feminino de disputa poderá ser encerrado.
De verdade não vejo um separadamente do outro, porque para mim é um só.
Não há feminismo completo sem o conhecimento do que é feminino, suas teias, luas, ciclos, emoções, sabedorias internas e coletiva...águas.
Não há feminino sem o conhecimento do que é feminismo, suas teias, lutas, ciclos, emoções, direitos, sabedorias coletivas e interna... pedras no caminho.
Não existe nenhum dos dois sem mãos dadas e união.
Tanto para o mergulho no feminino sagrado, quanto para a luta do feminismo, se não estivermos unidas amorosamente, nada segue, nada cria força, nada terá raízes sustentadoras.
Dentro do caminho entre esses dois pontos de uma uma reta, o respeito, união e acolhimento são fundamentais para que possamos sair de séculos de paradigmas onde fomos ensinadas que somos inimigas, desafiantes umas das outras, destruidoras umas das outras e eternas rivais.
Dentro desse caminho não cabe mulheres disputando homens, roupas, espaços, roupas, sapatos, como se fossem leoas disputando alimento. Dentro desse caminho torcemos umas pelas outras, ajudamos umas as outras, estendemos as mãos umas as outras e se necessário, puxamos a orelha umas das outras, quando percebemos que ela está se maltratando, se descuidando, ou maltratando e descuidando de sua irmã de jornada.
Sairemos do comportamento de disputa, quando sairmos do nosso universo princesinha umbigo, onde somos a mais gostosa do baile, a mais inteligente da classe, a mais bela do castelo, o cabelo mais brilhante do salão de beleza. Sairemos da disputa quando percebermos que somos importantes porque somos únicas, mas não somos nada se formos sozinhas. Sairemos da disputa quando compreendermos que ser importante não é ser melhor e não é para provar nada a ninguém, senão para si mesma. Sairemos da disputa e nos olharemos como irmãs/companheiras de jornada quando sentirmos que uma de nós sentindo dor, todas nós sentiremos dor, se uma de nós for massacrada todas nós estaremos sendo massacradas, uma de nós desrespeitada todas estaremos sendo, se uma de nós trair ou for traída, todas nós seremos.
Beberemos do mesmo vinho e as taças não estarão envenenadas com cobiça, ciume ou inveja. Brindaremos a vida e sorveremos o doce sabor da morte das desavenças!
Não adianta mostrar para a mulher apenas o lado das luas, ciclos, sobre ouvir seu útero, sobre toda sabedoria que nele está contida, precisamos antes nos fazer ponte para que ela descubra em si, o valor que tanto enxerga nas outras, a força que vê na heroína da novela, a beleza que vê estampada nas revistas. Porque ao ensinarmos para cada uma, que todas são cristais raros, ao formamos o “colar”, todas terão a consciência que são imprescindíveis e importantes elos desse renascer circular, e então será pura luz esse feminismo sagrado!
Uma das coisas importantes desse equilibrio todo é saber que nesse caminhar equilibrado, não há luta contra os homens, há um desejo pelo despertar, pela cura desse masculino, pelo equilibrio do yin/yang, pelo tântra, pelo amor. Há um colocar-se ao lado deste homem, permitindo nesse caso também ser ponte para a luz, ensinando-o sobre uma nova era!

Somos Breves!
Sejamos Leves...

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