Divina Mãe
Nesse momento de minha vida não tenho muito que doar, mas tenho uma flor colhida ali no jardim de casa, cuidado muitas vezes com as lágrimas que caem de meu rosto ao saber do sofrimento de meus irmãos.
Venho humildemente pedir-te, já que podes ver que caminho descalça meu vestido poido mal me veste, mal cobre meu corpo já cansado de caminhar por este mundo! Mas tomo mesmo assim o direito de rezar em minhas mãos, como toda rezadeira o faz, de joelhos, em prol de todos os caminham por sobre este planeta.
Divina Mãe olhe por nós, os que matam e justificam sua ação por sobre leis (dês) humanas que calibra a vida pelos vis metais que existem em seus bolsos.
Olhe por nós os esquecidos da compaixão e que passamos por sobre os corpos endurecidos pela dor, fome e frio, nas ruas e nos becos.
Olhe por nós os perdidos, que se esquecem do caminho da luz e do amor, mas que ensinam como ser prósperos na matéria, tão fugaz quanto à folha após cair do galho.
Olhe por nós os desesperançados. Que carrega nos braços a criança que volta a sentir fome e a mãe de ventre largo pelo rebento prestes a nascer e sem futuro digno.
Olhe por nós os humilhados. Pela fé, pela cor, pela raça, pelo preço marcado nas etiquetas dos mercados de gente.
Olhe por nós os que choram, para que nossa lágrima seja a gota de medicina que cai na ferida que necessita de cura.
Olhe por nós os que buscam, para que as sombras se abram e permitam penetrar a luz do acolhimento e do aprendizado em nossos corações.
Olhe por nós os que se curvam, para que a humildade de servir o irmão de jornada não se perca na arrogância, prepotência, ignorância e excessos de nossas mentes ainda adoentadas em mundo repleto de dor e ganância.
Olhe por nós e nos auxilie na cura de nós mesmos, para que não sejamos a doença em outras almas.
Rose Kareemi Ponce
(conto de uma velha benzedeira)
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