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02/05/2018



Antes de iluminar é preciso desfazer. Se misturar a terra, voltar a ser grão, ser sopro no ar, voltar ao pó.
Iluminar, só depois de deixar de pesar, compreender os sons e o vazio do silêncio. Despertar as cores e ser prisma.
Iluminar é saber-se caminhante de caminho de pérolas, mas, antes de tudo compreender que o caminho só existe depois de caminhado. As pérolas ficam todas para trás, no exercício do desapego. Vamos curtindo e atritando nossas areias e tornando cada aprendizado uma pérola brilhante. Mas sempre ira precisar de atrito, de quedas e subidas. Perolas não surgem sem isso.
É preciso aceitar o divino puro, simples...pisar descalço no chão, sentir o pulsar da terra nas solas dos pés e ouvir no vento o canto dos anjos. É preciso compreender que as qualidades de Deus está em cada coisa que semeamos, compreendemos, sopramos ao vento.
Para que o equilíbrio exista, preciso compreender o valor de cada coisa.
Não há justiça sem compreensão das leis. A justiça pode se tornar partidária.
Não há lei sem compreensão do conhecimento que isso nos trás. A lei poderia ser tirania apenas.
Não há conhecimento válido se não for aplicado com amor. O conhecimento poderia ser usado para dominação.
Não há amor que resista sem uma pitada de fé. A ausência de dúvidas nos torna capaz de mergulhar profundo no amor. Sem isso, o amor seria mental e passageiro.
Não há fé que se sustente sem a geração de luz a partir de si mesmo. Seria apenas faca amolada e dependência.
Não há geração que valha a pena sem a ação para torná-la real. Seria apenas utopia.
Quando percebemos o emaranhado de linhas que nos cercam e pensamos ser aleatórias e seguimos seus rastros, percebemos que elas se entrecruzam e desenham a teia da vida.
Se pararmos com as nossas brigas internas, perceberemos que essas mesmas qualidades pertencem a cada entidade de luz com os quais estamos conectados. Sejam Orixás, Santos Cristãos, Buda, sejam em quaisquer caminhos que escolhemos, essa compreensão se torna necessária para que possamos Ser Unos com o todo novamente. E a sensação de plenitude chega e nos faz perceber que, plenitude não é estar preenchido, mas, estar novamente como um quadro em branco, onde o próximo passo só pode ser aprender novamente, ser uma nova pintura, um novo tecer, e assim, viramos pó.....para outra vez nos reconstruirmos e a cada desconstrução, estamos mais longe do que ainda possa nos conectar com o nosso aspecto reptiliano, nos tornando mais e mais a imagem e semelhança da Luz!
Mas....Antes de iluminar é preciso desfazer. Se misturar a terra, voltar a ser grão, ser sopro no ar, voltar ao pó.


Rose Kareemi Ponce

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