Se você quer transformar o mundo, experimente primeiro promover o seu
 aperfeiçoamento pessoal e realizar inovações no seu próprio interior. 
Estas atitudes se refletirão em mudanças positivas no seu ambiente 
familiar. Deste ponto em diante, as mudanças se expandirão em proporções
 cada vez maiores. Tudo o que fazemos produz efeito, causa algum 
impacto.
A felicidade é um estado de espírito. Se a sua
 mente ainda estiver num estado de confusão e agitação, os bens 
materiais não lhe vão proporcionar felicidade. Felicidade significa paz 
de espírito.
Se existe amor, há também esperança de 
existirem verdadeiras famílias, verdadeira fraternidade, verdadeira 
igualdade e verdadeira paz. Se não há mais amor dentro de você, se você 
continua a ver os outros como inimigos, não importa o conhecimento ou o 
nível de instrução que você tenha, não importa o progresso material que 
alcance, só haverá sofrimento e confusão no cômputo final. O homem vai 
continuar enganando e subjugando outros homens, mas insultar ou 
maltratar os outros é algo sem propósito. O fundamento de toda prática 
espiritual é o amor. Que você o pratique bem é meu único pedido
Minha
 mensagem é a prática do amor, da compaixão e da bondade. Estas 
qualidades são muito úteis para vivermos nosso cotidiano mais 
harmoniosamente, e também muito importantes para a sociedade humana como
 um todo.
Uma profunda compaixão é a raiz de todas as formas de adoração.
Onde
 quer que eu vá, sempre aconselho as pessoas a serem altruístas e 
bondosas. Tento concentrar toda a minha energia e força espiritual na 
disseminação da bondade. É o que há de mais essencial.
A
 bondade é o que realmente importa. A bondade, o amor e a compaixão 
combinados são sentimentos que levam à essência da fraternidade. São os 
alicerces da paz interior.
Com sentimentos de ódio e 
rancor, é muito difícil alcançar a paz interior. Neste sentido, as 
religiões e crenças são convergentes. Em todas as grandes religiões do 
mundo, a ênfase é no espírito de fraternidade.
São os 
inimigos que verdadeiramente nos ensinam a vivenciar sentimentos de 
compaixão e tolerância. As guerras surgem porque não há compreensão do 
lado humano das pessoas. Ao invés de conferências e encontros políticos,
 por que não convocar as famílias a fazerem um piquenique para que se 
conheçam mutuamente, enquanto suas crianças brincam juntas?
Nos
 tempos antigos, quando havia uma guerra, o embate era corpo a corpo. O 
vitorioso entrava em contato direto com o sangue e o sofrimento do 
inimigo durante a batalha. Hoje, as guerras adquiriram uma proporção 
muito mais horrenda. Um homem, sentado em uma sala, aperta um botão e 
mata milhões de pessoas instantaneamente, sem ao menos ver o sofrimento 
humano que infligiu. A mecanização da guerra e a automação do conflitos 
humanos são, cada vez mais, uma ameaça à paz mundial.
Sempre
 acreditei que a determinação humana e a verdade prevaleceriam sobre a 
violência e a opressão. No mundo de hoje, em todos os lugares, há 
mudanças importantes ocorrendo, que poderão afetar profundamente nosso 
futuro e o futuro da humanidade, bem como nosso planeta. Decisões 
corajosas por parte de vários líderes mundiais propiciam a resolução 
pacífica de conflitos. A esperança de haver paz, preservação do meio 
ambiente e uma abordagem mais humana aos problemas do mundo parece estar
 mais presente que nunca.
Ninguém pode prever o que 
acontecerá em algumas décadas ou séculos, por exemplo, qual o impacto 
que o desflorestamento terá sobre o clima, o solo, as chuvas. Temos 
muitos problemas porque as pessoas estão centradas em seus próprios 
interesses, em ganhar dinheiro e não estão pensando no bem-estar da 
comunidade como um todo. Não estão pensando na Terra a longo prazo, e 
nos efeitos ambientais adversos sobre o homem. Se nós, da atual geração,
 não refletirmos sobre estas questões agora, as gerações futuras não 
terão como lidar com elas.
Muitos de nós juntam-se sob o
 mesmo sol resplandecente, falando línguas diversas, vestindo 
indumentárias diferentes e até mesmo possuindo crenças distintas. 
Contudo, nós todos somos idênticos como seres humanos e individualmente 
únicos. Desejamos todos, indistintamente, a felicidade e não o 
sofrimento.
Mesmo que não possamos resolver certos 
problemas, não devemos nos frustrar. Como humanos devemos enfrentar a 
morte, a velhice e doenças, que, tal qual um furacão, são fenômenos 
naturais que fogem ao nosso controle. Devemos enfrentá-los, não podemos 
evitá-los. São sofrimentos que já bastam em nossa vida. Por que criarmos
 mais problemas por apego à nossa ideologia ou porque pensamos de 
maneira diferente? É inútil e triste! Milhões de pessoas sofrem com esse
 tipo de problema. É um verdadeiro desperdício, visto que podemos evitar
 o sofrimento adotando uma atitude diferente e reconhecendo a humanidade
 à qual as ideologias deveriam servir.
Rancor, ódio, 
ciúme: não é possível encontrar a paz com eles. Podemos resolver muitos 
de nossos problemas por meio da compaixão e do amor. Só assim nos 
desarmaremos e encontraremos a verdadeira felicidade. Uma das maiores 
virtudes é a compaixão. A compaixão não pode ser comprada numa loja de 
departamentos ou fabricada por máquinas. Ela advém do crescimento 
interior. Sem paz de espírito, é impossível haver paz no mundo.
Na
 nossa vida, cultivar a tolerância é muito importante. Com tolerância, 
pode-se facilmente superar as dificuldades. Caso você tenha pouca ou 
nenhuma tolerância, ficará irritado com as mínimas coisas. Em situações 
difíceis, terá reações extremadas. Em minha vida, já refleti muito a 
respeito desta questão e sinto que a tolerância é algo que deve ser 
praticado no mundo inteiro, no seio da sociedade humana. Mas, quem nos 
ensina tolerância? Pode ser que seus filhos o ensinem a cultivar a 
paciência, mas é seu inimigo quem irá ensinar-lhe a prática da 
tolerância. O inimigo é seu mestre. Mostre-lhe respeito, ao invés de 
ódio. Dessa forma, a verdadeira compaixão irá brotar de seu interior e 
essa compaixão é a base de tudo aquilo que você é e acredita.
Bens
 e compensações materiais são absolutamente necessários à sociedade 
humana, a um país, a uma nação. Ao mesmo tempo, o progresso material e a
 prosperidade somente não podem levar à paz interior. A paz interior vem
 de dentro. Portanto, nossa atitude perante a vida, perante os outros e 
principalmente em relação às nossas dificuldades conta muito. Quando 
duas pessoas enfrentam o mesmo problema, atitudes mentais distintas 
fazem com que o problema seja de mais fácil resolução para uma pessoa do
 que para outra. Desta forma, o que realmente nos diferencia é a 
perspectiva interna de cada um.
Se colocarmos os níveis
 de consciência mais sutis a nosso serviço, estaremos expandindo nossa 
mente. Assim sendo, as virtudes originárias da mente podem se expandir 
ilimitadamente.
A compaixão e o amor são as virtudes 
mais preciosas da vida. Por serem muito simples, são difíceis de serem 
colocados em prática. A compaixão só poderá ser plenamente cultivada à 
medida que se reconhece que cada ser humano é parte da humanidade e 
pertencente à família humana, independente de religião, raça, cultura, 
cor e ideologia. A verdade é que não há diferença alguma entre os seres 
humanos.
Sem amor, a sociedade humana encontra-se em 
situação difícil. Sem amor, iremos enfrentar problemas terríveis no 
futuro. O amor é o centro da vida.
Se tiver amor e 
compaixão por todos os seres sencientes, em especial por seus inimigos, 
este é o verdadeiro amor e a verdadeira compaixão. O amor e compaixão, 
nutridos por seus amigos, esposa e filhos, não são verdadeiros em sua 
essência. São apego, e esse tipo de amor não pode ser infinito.
Insisto
 em afirmar que as principais religiões do mundo — budismo, 
cristianismo, judaÍsmo, confucionismo, hinduismo, islamismo, jainismo, 
sikhismo, taoismo, zoroastrismo — possuem os mesmos ideais de amor, o 
mesmo objetivo de beneficiar a humanidade por meio da prática 
espiritual, e a mesma determinação de aprimorar seus praticantes como 
seres humanos. Todas as religiões pregam preceitos morais para o 
aperfeiçoamento da mente, do corpo e da fala. Todas nos ensinam a não 
mentir, roubar ou tirar a vida de outras pessoas. A essência de todos os
 preceitos morais preconizados pelos grandes mestres da humanidade é o 
não-egoísmo. Esses mestres tinham como objetivo remir os praticantes de 
ações negativas, frutos da ignorância, e conduzi-los ao caminho do bem.
Se
 percebemos a humanidade como sendo una e singular, iremos constatar que
 as diferenças são secundárias. Com atitude de respeito e preocupação 
pelo próximo, experimentamos a felicidade. Só assim criamos a verdadeira
 harmonia e fraternidade. À sua maneira, tente cultivar a paciência. 
Modifique sua atitude. As mudanças vêm com a prática. A mente humana tem
 esse potencial. Aprenda a treiná-la.
A nossa sombra 
interior, a que chamamos de ignorância, é a raiz de todo o sofrimento. 
Quanto mais luz houver, menos a sombra se manifestará. A luz é o único 
caminho para a salvação, para alcançar o nirvana.
Deve 
haver um equilíbrio entre o progresso espiritual e o material. Atinge-se
 esse equilíbrio por meio de princípios calcados no amor e na compaixão.
 O amor e a compaixão são a essência de todas as religiões, que têm 
muito a aprender entre si. O objetivo primordial de todas as religiões é
 criar seres humanos mais tolerantes, mais compassivos e menos egoístas.
Os
 seres humanos são dotados de uma natureza tal que não deveriam apenas 
possuir bens materiais, mas deveriam antes possuir sustento espiritual. 
Sem o sustento espiritual, torna-se difícil adquirir e manter a paz de 
espírito.
Para cultivar a sabedoria, é preciso força 
interior. Sem crescimento interno, é difícil conquistar a autoconfiança e
 a coragem necessárias. Sem elas, nossa vida se complica. O impossível 
torna-se possível com a força de vontade.